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Redes digitais: um mundo para os amadores. Novas relações entre mediadores, mediações e midiatizações

Abstract:

The beginning of fan-driven practices within their

current paradigm can be attributed to the 1960s, but in 50 years

the media have reached degrees of complexity that have trans-

formed individuals fromthe condition of reactive receptors to co-

creators in culture. Harry Potter is a recent example of creative

practices that developed on the basis of the new Information

and Communication Technologies. These productions can help

to understand the role of consumers today, especially those who

fit into the fan category, who help to disseminate derived mean-

ings from the original work and specialize to the point of being

absorbed by the culture industry.

Keywords:

Amateur culture. Mediatization. Circulation. Harry

Potter.

1 Introdução

A série de livros Harry Potter se popularizou no

Ocidente como narrativa mágica voltada a um público infanto-

-juvenil. O primeiro volume escrito por Joanne Rowling (assina

J. K. Rowling) data de 1997, em língua inglesa. Logo no início,

o êxito da história no mercado enfraqueceu o senso de que os

jovens se desinteressavam pela leitura em meio às ofertas de

entretenimento digital na virada do milênio, navegando na in-

ternet ou através de jogos digitais. A obra não apenas foi bem

aceita na sucessão dos sete títulos, traduzidos em dezenas de

idiomas, como Rowling conseguiu emplacar um dos maiores su-

cessos literários dessa geração, culminando com a

pottermania

que se fortaleceu junto com a adaptação cinematográfica. O que

ocorreu foi uma busca que saturou os mercados nos períodos de

lançamento dos livros e dos filmes, que se intercalavam no início

da década de 2000 e retornaram na metade da década seguinte.

Desde pelo menos aquele momento de consolidação da

internet comercial começa-se a discutir a mudança de um para-

digma comunicacional em que os meios de comunicação atua-

riam como campo de debate sobre a esfera pública para nos pre-

cipitarmos numa cultura midiática que racionaliza segundo seus

parâmetros a quase totalidade das instâncias da vida cotidiana.

Essa emergência demarca um rompimento da mesma ordem da-