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Redes digitais: um mundo para os amadores. Novas relações entre mediadores, mediações e midiatizações

tratam a cultura gamer como agregadora de valores, como es-

truturas de relacionamentos, por exemplo, enquanto, por outro,

temos a disseminação de representações da imagem feminina

nem sempre bem aceitas pelas mulheres, mas também trata-

das com naturalidade e valorizadas por tantos outros sujeitos.

Afinal, por que seria tão importante para algumas mulheres se

agruparem para mostrar aos outros que são gamers? Os discur-

sos são muitos, as mensagens e interações variadas, mas o que

se percebe em alguns discursos de mulheres em relação às suas

afirmações dentro da cultura gamer é uma tentativa de inclusão,

de afirmação. Fazer parte de comunidades virtuais que dizem

respeito à cultura gamer e identificar-se enquanto sujeito que

tem os jogos em seu cotidiano não deixaria de ser uma espécie

de ação para o empoderamento feminino dentro de um ambien-

te tradicionalmente “dos homens”.

Percebem-se vários indícios de ideias conservadoras,

que, por exemplo, valorizam o casal heterossexual e evidenciam

a busca por pares românticos idealizados. Também aparecem

mensagens que contribuem para reforçar estereótipos e defini-

ções duras de papéis sociais. No entanto, a própria existência

das páginas, conteúdos e postagens que fomentam discussões

nas quais não há relação com questões de gênero e até mesmo

a diminuição da necessidade de comportamento ativista per-

mitem a percepção de que estão ocorrendo mudanças graduais

no senso comum acerca da relação das mulheres com os games,

mas ainda haveria um longo caminho a ser percorrido até que

a cultura gamer seja um espaço seguro para todos no que diz

respeito às diferenças de gênero.

Referências

ALMEIDA, Sandra Regina Goulart.

Gênero, identidade, di-

ferença

. Belo Horizonte: Aletria - Poslit UFMG, 2002.

Disponível em: <http://www.periodicos.letras.ufmg.

br/index.php/aletria/article/download/1301/1398>.

Acesso em: 2 nov. 2013.

BEAUVOIR, Simone de.

O segundo sexo – 2. A Experiência vivi-

da

. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1967.