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Nas obras de construção inicial, a maior quantidade de resíduos gerados se dá pela não

compatibilização dos projetos e pela falta de racionalidade no transporte e utilização dos

materiais (CHAHUD, 2007; KOFOWOROLA & GHEEWALA, 2009; LLATAS, 2011).

No Brasil, segundo Pinto (1999), a tarefa de quantificação era (e ainda é) mais difícil

pois, ao contrário de muitos países, uma das principais fontes de geração de RCD são os

agentes informais. Em outros países, pesquisadores buscam implementar metodologias mais

precisas para se quantificar e usar tais informações nas estratégias de gerenciamento dos

RCD. Os resultados encontrados por alguns destes autores no Brasil e no mundo

(relacionados a construções do tipo moradia

10

) estão representados na Tabela 2.

Conforme mostrado na Tabela 2, a geração de RCD pode variar muito, inclusive de

país para país. De acordo com Udawatta

et al.

(2015), essa variação pode ocorrer devido a

características econômicas e culturais de cada país e pelos diferentes métodos de coleta de

dados. Os altos índices de geração de RCD nos canteiros de obra refletem na quantidade

desses resíduos gerados em âmbito municipal. No caso de Belo Horizonte, como já dito esse

monitoramento é realizado pela Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), apresentado na

Tabela 3. Vale lembrar que os valores se referem às quantidades coletadas e sobre as quais o

órgão tem algum controle, e não às efetivamente produzidas.

Tabela 3

- Participação (%) dos RCD na massa de resíduos sólidos recebidos pela SLU

ANO

J

2010

2011

2012

2013

2014

Média

RCD (%)

28,98

27,05

41,66

29,42

32,34

31,88

Fonte: relatórios da SLU (2010-2014)

Sabendo-se que a boa gestão de RS deve, também, servir de prática de inclusão

socioambiental, a atuação dos pequenos transportadores de RCD deve ser analisada com

cuidado. Em Belo Horizonte, de acordo com Silva

et al.

(2006), os “carroceiros” (com

carroças de tração animal) que até 1997 eram considerados vilões para o gerenciamento de

RCD (por descartarem os RCD em qualquer local) foram incorporados à rede coletora de

resíduos, passando de atores marginalizados a importantes agentes nesse processo.

Nesse contexto, a Figura 7 apresenta um histórico, de 2000 a 2015, com o número de

viagens de pequenos volumes de RCD até as URPV, e os meios de transporte mais utilizados

nesse período. Constata-se, analisando-a, que o meio de transporte mais utilizado para

transportar pequenas quantidades de RCD em Belo Horizonte continua sendo os carroceiros.

Esses valores se justificam pelo fato de que uma das atribuições das URPV é receber pedidos

de coleta de RCD por parte dos munícipes e então repassar a solicitação aos carroceiros para

que os resíduos sejam coletados. Além disso, a SLU-BH busca, nem sempre com sucesso,

orientar esses transportadores a descartarem os RCD em locais apropriados, como as URPV.

Buscando monitorar a atuação desses agentes a PBH, por meio da Empresa de Transportes e

Trânsito de Belo Horizonte (BHTRANS), exige o emplacamento de todas as carroças e

registro dos cavalos, que ademais recebem acompanhamento veterinário da Escola de

Veterinária da UFMG.

10

De acordo com Angulo

et al

. (2011), até então no Brasil não existiam levantamentos abrangentes com relação

à geração de RCC a partir de reformas, sendo que o único estudo identificado até essa época foi o de Morales,

Mendes e Angulo (2006), onde os autores identificaram uma taxa de geração de 0,470 t de RCC por m².

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