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Figura 7 -

números de viagens com cargas de RS recebidos nas URPV e o meio de transporte

Fonte: relatórios SLU (2000-2015)

Ramos, Pinto & Melo (2014), em estudo que analisou a percepção dos carroceiros

sobre sua atuação no gerenciamento de RCD em BH, verificaram que estes agentes admitiam

não terem dificuldades em cumprir as normas legais estabelecidas na cidade e ainda

reconhecem a importância das URPV para a gestão de RCD do município, pela separação e

com o registro da quantidade de entulho recebida diariamente.

No entanto, o que se percebe é que não há articulação entre as ações de gerenciamento

de RCD. Se por um lado busca-se estabelecer uma rede de coleta e recebimento de pequenos

volumes de resíduos, por outro esses esforços são “desperdiçados” à medida que a maioria

dos RCD recebidos nas URPV é destinada a aterros ou bota-fora, inutilizando seu potencial de

reutilização e reciclagem, como discutido mais à frente.

Em 2014, a prefeitura de BH aumentou a taxa de limpeza pública (R$453,80/ano, por

unidade residencial que tinha coleta diária; metade, para a coleta era em dias alternados) em

quase 50%, recuperando perdas dos anos anteriores; ainda assim, a arrecadação desta taxa,

junto ao IPTU, não chegava a cobrir metade das despesas de coleta, transporte e disposição

dos RS (PBH, 2014). Em 2015, o valor foi R$ 495,80; em 2016, subiu para R$548,90 (mais

de 9% de aumento), e em 2017 é R$ 585,00 (PBH, 2016; PBH 2017).

Na maioria das cidades da região aqui estudada, não se cobra esta taxa, sendo,

portanto, todos os serviços bancados pelo orçamento municipal. Em particular concernente à

coleta e à disposição de RCD a situação ainda é pior, visto que as prefeituras não têm práticas

de registro das viagens e demais atividades necessárias: isto impede mesmo uma estimativa,

mesmo grosseira, dos gastos com estes resíduos.

Não se pode analisar a situação de produção de RCD de BH, com quase 2,5 milhões

de habitantes segundo o Censo (IBGE, 2010), sem considerar seu entorno. Como tem um

sistema ambiental comparativamente eficiente e com leis mais rígidas, observa-se a

transferência desta situação de disposição inadequada em beiras de estradas e em cidades

vizinhas. Para fins de comparação, a Tabela 4 apresenta alguns dados relativos ao

gerenciamento de RCD de Belo Horizonte e de alguns municípios de sua região

metropolitana.

Carrinhos de mão

Carroças

Veículos Leves

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