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grande
centro urbano. Nesse contexto, o presente capítulo representa uma “fotografia” no
tempo do processo de gestão de RCD em Belo Horizonte.
A geração e destinação de RCC em Belo Horizonte
De acordo com o preconizado na PNRS (e com qualquer outra boa gestão de RS), o
primeiro passo na hierarquia da gestão de resíduos é a não geração, seguido da redução, da
reutilização, reciclagem e tratamento dos RS e a disposição final ambientalmente adequada
dos rejeitos. Desse modo, para se conhecer a eficiência da gestão de RS de uma cidade, no
que diz respeito à redução e à não geração de RCD, é necessário um monitoramento eficiente
do processo de produção e das quantidades de resíduos gerados.
Todavia, devido ao grande volume (e grande massa) de RCD que é produzido numa
cidade de grande porte, às construções clandestinas e às disposições irregulares, o
monitoramento dessa produção e das quantidades de resíduos gerados é bastante complexo. A
isto se junta a precariedade das estruturas administrativas e a falta de interesse político e por
parte da sociedade pela questão.
Uma das metodologias para se determinar a quantidade de RCD gerada em uma
municipalidade consiste em monitorar a massa de resíduos aterrados e recebidos em outras
unidades de destinação final (além de deposições clandestinas). Outro método consiste em
verificar a quantidade de construções formais existentes no município em determinado
período, associando esse valor ao coeficiente de geração de RCD por m² de área construída
(ANGULO
et al.
, 2011; LÚCIO, 2013). Desse modo, torna-se importante o monitoramento
das quantidades geradas desde as etapas iniciais em um canteiro de obras. É óbvio que
monitorar as construções informais - que são maioria, sem qualquer controle mais efetivo
–
é
impossível diante das condições de administração pública e de gestão de RS que tem o país.
Tabela 2:
algumas taxas de geração de RCD no Brasil e no mundo
País
Resultados
(Kg/m²)
(1)(2)
Referências
Brasil
150
Pinto (1999)
Brasil
49,58
Souza (2004)
Brasil
106,9
Neto (2007)
Brasil
104,49/115,82
Careli (2008)
Brasil
93,88
(3)
SINDUSCON-MG (2016)
Tailândia
21,38
Kofoworola & Gheewala (2009)
Espanha
129,15
(3)
Solís-Guzmán
et al.
(2009)
Espanha
80
Lage
et al.
(2010)
Espanha
120
ESPANHA (2007)
apud
Llatas (2011)
Espanha
166,56
Llatas (2011)
China
123,29
Sáez
et al.
(2014)
EUA
43,7
Cochran
et al.
(2007)
(1)
Valores desconsiderando o solo
(2)
Método construtivo: alvenaria
(3)
Valores adaptados utilizando o índice de densidade de materiais de construção equivalente a 1.200 kg/m²
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