

IMPACTOS SOCIAIS E JURÍDICOS DAS NANOTECNOLOGIAS
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JULIANE ALTMANN BERWIG E WILSON ENGELMANN
Neste revestimento, os nanotubos de carbono que o
baseiam são muito curtos e muito bem ligados para se
comportarem como fibras de amianto do tipo agulha.
No entanto, a combinação de inovação, baixa den-
sidade e elevada área superficial, juntamente com a
possibilidade de exposição humana a este produto,
levantam sérias questões de risco (MAYNARD, 2016).
No mesmo caminho, um estudo realizado
pelo
Department of Applied Science and Nanotech-
nology Center, University of Arkansas
comprovou, por
métodos analíticos, que os nanotubos de carbono são
capazes de penetrar no revestimento de semente, um
processo que pode afetar a germinação das semen-
tes e o crescimento de mudas de tomate (KHODA-
KOVSKAYA, 2009, p. 3221).
A
U. K. Royal Society
recomendou que “a li-
beração de nanopartículas e nanotubos no meio am-
biente seja evitada” e sugeriu que “as fábricas e os
laboratórios de pesquisa encarem as nanopartículas
fabricadas e nanotubos como perigosos” a fim de ob-
jetivar reduzir ou remover os seus resíduos (ICTA).
Outro estudo sobre os efeitos dos nanomate-
riais de carbono sobre brânquias de Cyprinus peixes
carpio (Cyprinidae) expostos à radiação ultravioleta
demonstrou que os nanomateriais, quando em conta-
to com os órgãos de peixes, como brânquias em uma
solução fisiológica salina, podem ser potencialmente
prejudiciais a ambientes aquáticos; todavia os meca-
nismos de toxicidade são muito complexos e até o mo-
mento pouco compreendidos (SOCOOWSKI, 2012).
Os nanomateriais à base de carbono tam-
bém podem se dispensar fortemente nos compostos
hidrofóbicos celulares, tais como lipídios, em relação
à água, resultando em uma bioconcentração poten-
cialmente significativa, apontam pesquisas. Em uma
escala global as nanopartículas também devem ser
consideradas, tais como em relação à atmosfera in-
duzindo transformações orgânicas, reações e outras
tantas que ainda são desconhecidas (GUZMAN, 2006).