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Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados

rêmias e aforismos. Que palavras posso usar no Face? Imagens?

Posso me mostrar como? Posso “falar de sexo” publicamente

ou só inbox? Fazer fofoca? Injúrias? Ao mesmo tempo, o usuá-

rio se pergunta: Como estou sendo regulado? Como o Face está

me direcionando? Os algoritmos? Os formulários me condicio-

nam? Finalmente, tanto em termos de parêmias como de má-

ximas epistemológicas, pergunta-se: Os meios de comunicação

simbólicos se transformam conforme os meios? Um pai se per-

gunta: Como a experimentação da rede está em intersecção com

meu lugar de pai? Como a perversão – a versão do pai, conforme

Lacan – é colocada em xeque? Essas questões vinculadas à expe-

rimentação não estão dissociadas de parêmias e máximas sobre

o ambiente: Como isso tudo tem relação, por exemplo, com o

Brasil? Como as sociedades específicas usam os meios, os expe-

rimentam (a Igreja, o Exército, a Escola, etc.)? Claro, além disso:

como atores difusos experimentam os meios?

b) Das práticas

- As proposições: As práticas são usos estabilizados so-

cialmente. Algumas práticas são hipercodificadas em algumas

sociedades (andar vestido, por exemplo). Outras, codificadas de

forma concorrente (que tipo de roupa usar). Outras, sem codifi-

cações, o que nos permite falar em usos, experimentação, codi-

ficações tentativas, como fala Braga (2010). Nesta perspectiva,

afirmamos que as práticas se constituem em estabilização dos

usos em termos normativos, deontológicos e funcionais. O pro-

cesso está socialmente codificado. A esfera da prática é resultan-

te de usos reconhecidos socialmente. Mas as práticas também

são relações de poder econômico, político e cultural. Porém, essa

estabilização se esvai na constante transformação da oferta, do

consumo e nos usos. Não se estabiliza como ocorreu com o livro,

a imprensa, o rádio e a televisão. Porém, tem várias camadas,

sobrepostas, que estão estabilizadas (a escritura, a leitura, o uso

de redes, a fotografia, etc.).

- As questões: As melhores, aqui, são as questões clássi-

cas da socioantropologia de Bourdieu, sem, entretanto, sua teo-

ria infraestrutural das práticas, ou seja, de que a ação é infraes-

trutura da linguagem (uma mistura de filosofia da ação, estrutu-

ralismo linguístico e estruturalismo antropológico). Trata-se da

analítica que identifica o

habitus

. O

habitus

midiático começaria,