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Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados

de presente, de hospitalidade, de prestar serviços

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– é contrapo-

der, resistência, carência de valores, normas e crenças de per-

tencimento, em tensão com as lógicas mercantis onde vigora a

rentabilidade econômica, cultural ou política. É, conforme a tese

de Proulx apresentada neste livro, central na configuração da

economia da participação.

Essa complexa matriz de apropriações, desapropria-

ções e resistência tem ainda o Estado, lugar que deveria con-

densar os símbolos em jogo, a definir-se seu lugar de regulação

política entre comunidade e mercado.

5 Para além da apropriação

Os circuitos e ambientes constituídos a partir das in-

terações entre atores e instituições, conforme lógicas de usos,

práticas e apropriações, só existem

ad hoc

, e, nesse sentido,

são configurados pelas interações, mesmo que essas estejam

atravessadas pelo campo de forças designado pelas práticas e

apropriações. Podemos, nesse sentido, especular que os circui-

tos ambientes constituídos são instáveis, indeterminados, incer-

tos, permeáveis à disrupção. Esta tem sido nossa perspectiva de

pesquisa, remetendo ao conceito de ambiente e ambiência. Se o

ambiente se refere ao processo sócio-semio-técnico em que os

objetos são visíveis, a ambiência remete aos fluxos energéticos

que se situam além dos percursos observáveis e seus rastros.

Referências

BRAGA, José Luiz. Nem rara, nem ausente – tentativa.

Matrizes

,

USP (impresso), v. 4, p. 65-81, 2010.

FERREIRA, Jairo. A construção de casos sobre a midiatização

e circulação como objetos de pesquisa: das lógicas às

analogias para investigar a explosão das defasagens.

Galáxia

, PUCSP, v. 33, p. 199-213, 2016a. Disponível em:

<http://revistas.pucsp.br/index.php/galaxia/article/

view/24292>.

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O que faz mover as redes sociais? Uma análise das normas e dos laços. Disponível

em: <http://rccs.revues.org/723>.