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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

zo. Antes, o que podemos observar, desde a ascensão dos novos

suportes de comunicação digitais e do advento da Internet como

meio de comunicação, é mais uma complementação de um mo-

delo comunicacional que já está estabilizado nas mídias surgi-

das no século XX.

O problema de considerar as TIC como novas mídias

talvez esteja no operador semântico mídia. O conceito é usado

indiscriminadamente por diversos campos sociais com os mais

diversos significados, desde os referentes aos meios de comuni-

cação, tanto os suportes materiais que lhes permitem a recepção

dos sinais (aparelhos de rádio, televisores, telefones, revistas)

como os aparatos produtivos (emissoras de TV e rádio, redações

de jornal e revista); as próprias instituições midiáticas e con-

glomerados de comunicação (Rede Globo, Grupo Record, Time

Warner, BBC); os profissionais que trabalham na produção de

conteúdos (artistas, produtores, jornalistas, apresentadores);

até os suportes para registrar e armazenar informações (CD,

DVD, pen drive, HD). Diante da diversidade de sentidos, acredi-

tamos ser produtivo para o campo da comunicação a adoção do

conceito de Miège (2009, p. 110):

De nossa parte definimos regularmente as mídias

como dispositivos sociotécnicos e sociossimbóli-

cos, baseados cada vez mais no conjunto de téc-

nicas (e não mais em uma única técnica, como

antigamente), que permite emitir e receber pro-

gramas de informação, de cultura e de entreteni-

mento, com regularidade, ou então, cada vez mais

permanentemente, no contexto de uma economia

de funcionamento que lhe é própria [...], e cuja

produção é garantida pelas organizações às espe-

cificidades marcadas [...] para destinos de públicos

cujas características estão mais ou menos estabili-

zadas [...].

Apartir da definição do que sejamídia para o autor, uma

questão emerge no momento de considerar as TIC como novas

mídias: como é feita a “programação”? Esta parece ser a questão

central a ser feita quando analisamos a emergência da tecnolo-

gia digital no cenário que antes era dominado pelas mídias ana-