Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
ciais porque atingem diversos indivíduos de um mesmo modo,
constituindo categorias de uso. Sua marca é o tempo curto cor-
respondente a cada dispositivo. Já as
práticas sociais
de infor-
mação e cultura não se limitam às TICs e correspondem a tudo
aquilo que tem uma duração mais longa e cuja modificação de-
pende dos “
habitus
culturais. Elas variam em função das deter-
minações sociais e culturais próprias a determinadas classes de
indivíduos”
(MIÈGE, 2012). Assim, o que caracteriza a mediação
e o enraizamento social é o fato de que a sociedade determina
o desenvolvimento técnico que é constantemente aperfeiçoado
por uma ação social. Tal enraizamento social depende, segundo
Miège, de sete processos centrais: a informacionalização; a pro-
moção das tecnologias e das redes como fator dominante ao con-
teúdo; a modificação e a expansão dos sistemas midiáticos com
a consequente ampliação do seu domínio; e o controle transna-
cional do fluxo de informação e comunicação. São processos que
se complementam e não se excluem, uma vez que o enraizamen-
to social de uma TIC depende do tempo de desenvolvimento da
técnica e de acesso pelos usuários e está vinculado a processos
sociais desencadeados pelo contínuo desenvolvimento da socie-
dade com as tecnologias de informação e comunicação. Assim,
temos de modo sintético:
1. A informacionalização ou o aumento na oferta de infor-
mações. Ou seja, “um processo ou uma lógica social da
comunicação que se caracteriza pela circulação crescen-
te e acelerada dos fluxos de informação” editados por
profissionais da comunicação no âmbito de empresas
desta natureza, como as produzidas por leigos ou téc-
nicos cujo fluxo circulatório era, anteriormente, restri-
to (MIÈGE 2009b, p. 68). Tal processo é potencializado
pelas atuais ferramentas midiáticas como os blogs, os
fóruns e os chats. Por outro lado, o alargamento da ofer-
ta não leva, necessariamente, a uma abundância comu-
nicacional, seja porque “a disponibilidade da oferta não
dá necessariamente lugar a consumos e usos homotéti-
cos”, seja porque obedece a regras mercadológicas e, em
parte, a modalidades industriais (MIÈGE, 2009b, p. 78).
Afirma o autor: