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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

tualidade é necessária para dar conta da sua assimilação. A tese

de Miège sustenta que o processo de midiatização está no centro

dos questionamentos e problematizações há pelo menos duas

décadas.

Na midiatização, foram construídas esperanças

assim como os temores, as escatologias e as pro-

messas utópicas, as apostas e apreciações depre-

ciativas (em decorrência do reino da velocidade,

da fragmentação e da espetacularização, etc.), os

julgamentos morais (que visam as possibilida-

des de abertura ao mundo a ser legado a nossas

crianças) e as prevenções perante a técnica, assim

como as previsões sobre as vantagens tecnológi-

cas (facetas possíveis da interatividade e do modo

multimídia), e ainda as proposições sobre a supe-

rioridade dos dispositivos tecnológicos mais re-

centes, que afirmam que estes tomarão o lugar dos

meios de comunicação de massa ainda disponíveis

(MIÈGE, 2012).

Miège abre em suas proposições a perspectiva da web

2.0 como um fenômeno comunicacional típico da comunicação

midiatizada, por meio de sua capacidade de apreensão e inclu-

são do processo de recepção, e da relação entre receptores. Isto

remete a outro conceito caro à linha: o de circulação. Nessa dire-

ção, Fausto Neto toma como ângulo os processos crescentes de

midiatização da sociedade e parte da hipótese segundo a qual a

existência de novos processos de circulação de mensagens e, de

modo especial, de produção de sentidos, organiza uma nova ar-

quitetura comunicacional, afetando as condições de vínculos en-

tre produtores e receptores, ensejando novos modos de intera-

ção entre instituições, mídias e atores sociais. Propõe, ainda, que

mutações envolvendo os dispositivos de circulação afetam não

só modelos com os quais se examinam práticas comunicacionais

e as condições de suas manifestações de sentido, como o próprio

âmbito da investigação acerca dos estudos de uma temática que

se desloca da “sociedade dos meios” para as “sociedades em vias

de midiatização”. As novas condições de circulação afetam as ló-

gicas de instituições produtoras e sujeitos-receptores.