

Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
Na perspectiva do autor, o “conteúdo rede-ferramenta-
-conteúdo” (MIÈGE, 2009a, p. 12-13), representa as três catego-
rias de técnicas que hoje são acessíveis. Miège lembra que atra-
vés das técnicas são criadas novas mídias que não substituem as
mídias já conhecidas com seus lugares e funções. “Essas técnicas
de comunicação e informação tornam-se, de certa forma, madu-
ras e oferecem-nos numerosas potencialidades, apesar de estar-
mos longe de utilizá-las todas”
(idid.).
Na sua ótica,
a comunicação-informação não teve iní-
cio com o surgimento das novas técnicas da informação e da co-
municação, tendo se originado anteriormente às estratégias de
relações públicas nas empresas e à utilização da comunicação
no desenvolvimento da educação à distância. Ainda assim, a in-
formação-comunicação utiliza, atualmente, as técnicas de infor-
mação. E embora ela tenha a sua dinâmica própria, esta mesma
dinâmica é reforçada pelo desenvolvimento das técnicas. Miège
ressalta, também, que ações comunicacionais não são ações li-
mitadas e minoritárias como há 30 anos. São ações que reque-
rem um
know-how
dos profissionais de comunicação, como
mencionamos anteriormente.
Desse modo, as transformações dos contextos sociais
onde as técnicas de comunicação estão inseridas são desafiado-
ras para os pesquisadores no mundo contemporâneo. Um pri-
meiro desafio da comunicação é assegurar os recursos estáveis
e diversificados para a produção dos conteúdos; um segundo,
enfatiza o pesquisador, são as modalidades de organização.
Segundo ele, as mídias, de uma maneira ou de outra, em todos
os países, conhecem as regulamentações, enquanto as novas
mídias são pouco regulamentadas na atualidade. Isto evidencia
haver uma enorme concorrência entre dois sistemas de regu-
lamentação: de um lado, os direitos autorais e o
copyrigh
t; do
outro, a propriedade intelectual (associada aos
softwares
). Nada
mais é gratuito, e uma “batalha feroz” está em disputa. Fica a
dúvida: qual modelo de regulamentação vai imperar?
Miège (2009a, p. 14-15) ressalta um terceiro desafio:
a questão da criatividade, da inovação. Para ele, “o multimídia é
algo pouco criativo. Essa criatividade se exerce, sobretudo, nas
relações, na interatividade, na maneira na qual pedimos essas
trocas. Os conteúdos são pobres”. O pesquisador salienta que “é