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Em se tratando da matéria orgânica do solo, a Sociedade Brasileira de Ciência do

Solo (2007)apresenta outra importante vantagem da matéria orgânica para o solo: trata-se do

“poder tampão” que a matéria orgânica exerce no solo. A correção da acidez em solos é uma

prática necessária e frequente, principalmente no cerrado brasileiro, com gastos significativos

na aplicação de calcário, principal insumo utilizado na agricultura para tal correção. Em vista

da ação tamponante da matéria orgânica no solo, pode-se reduzir a necessidade de aplicação

de calcário em áreas com aplicação de compostos orgânicos, reduzindo operações agrícolas e

custos de produção.

Em vista desta série de vantagens ao solo, pode-se supor que os efeitos

condicionadores de solo proporcionados pela adubação orgânica podem ser mais relevantes

do que o próprio fornecimento de nutrientes relacionado a esta prática.

A Tabela 2 apresenta uma aproximação da taxa de conversão dos nutrientes,

Nitrogênio (N), Fósforo (P

2

O

5

) e Potássio (K

2

O), da forma orgânica para a forma mineral ao

longo dos anos. Estes dados ajudam a estimar a liberação de nutrientes decorrente do uso de

adubos orgânicos, desde que as condições para o processo de mineralização sejam favoráveis.

Desta forma, é possível prever aproximadamente quando os nutrientes estarão disponíveis,

possibilitando o planejamento de outras aplicações durante o ciclo da cultura ou para culturas

subsequentes.

Tabela 2 - Percentagens de conversão dos nutrientes aplicados via adubos orgânicos para a

forma mineral

Nutrientes

Tempo de conversão (ano)

N

50%

20%

30%

P

2

O

5

60%

20%

20%

K

2

O

100%

0%

0%

Fonte: Recomendação para o uso de corretivos e fertilizantes em MG (1999)

A “liberação gradual” de nutrientes pelos compostos orgânicos é uma vantagem

da utilização de fertilizantes orgânicos, realizando papel importante no parcelamento da

disponibilização de nutrientes às plantas, semelhante ao que se propõe às atividades de

adubações de cobertura. A adubação de cobertura é normalmente realizada para disponibilizar

às plantas os nutrientes necessários em cada fase de desenvolvimento da cultura. Se aplicados

diretamente junto com a adubação de plantio, os nutrientes da adubação de cobertura dos

fertilizantes convencionais se perdem com facilidade, sendo necessário o parcelamento ao

longo do desenvolvimento da cultura. Neste sentido a adubação orgânica pode possibilitar a

redução do parcelamento da adubação de cobertura.

A capacidade de troca de cátions do fertilizante orgânico é diretamente

proporcional à quantidade de substância coloidal húmica nele existente; portanto, quanto mais

curada ou decomposta estiver a matéria orgânica, maior a quantidade de húmus e maior a

capacidade de troca catiônica do fertilizante. O valor agrícola de um fertilizante orgânico

pode ser estimado por vários fatores, dentre eles a capacidade de reter nutrientes, protegendo-

os da lavagem pela água das chuvas (SLU, 2013).

Quando a compostagem é bem realizada, obedecendo aos parâmetros que regem a

decomposição, o composto é livre de odor, possui coloração e odor característicos e tem seu

manuseio, estocagem e transporte muito facilitados. O composto cru não possui essas

qualidades e pode se tornar tóxico para as plantas. Apesar de ser um excelente condicionador

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