Table of Contents Table of Contents
Previous Page  62 / 188 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 62 / 188 Next Page
Page Background

54

dos resíduos (PARANÁ, 2012). Apesar de já existir a Política Nacional de Resíduos Sólidos,

Lei n

o

12.305 de 2010, a sua concretização torna-se fundamental.

De acordo Snyman e Vorster (2011), o aterro sanitário é a forma de disposição mais

barata para se destinar essa classe de resíduo. Entretanto, devido à crescente urbanização, as

áreas adequadas para a disposição final tornam-se cada vez menos disponíveis.

Para dispor resíduos sólidos no solo, deve-se levar em consideração uma série de

fatores sobre o local, tais como: a topografia, as características do solo, os corpos d’água e a

distância do centro gerador. Devido a esses requisitos e aos impactos que a área receberá, não

é simples determiná-la e encontrá-la (SOUSA, 2012). Outro problema referente aos aterros

sanitários é a emissão dos gases do efeito estufa, que devem ser captados para serem tratados

ou serem destinados ao aproveitamento energético e isso nem sempre está ao alcance dos

governos, pois requer investimento em pesquisas, tecnologias e articulação política.

O desenvolvimento de métodos de tratamento de RSU torna-se necessário para se

diminuir a quantidade de resíduos que é encaminhada aos aterros sanitários, a fim de reduzir

os custos de infraestrutura, áreas para disposição dos resíduos e emissão de gases, quando não

há meios viáveis e disponíveis para o aproveitamento energético. A compostagem apresenta-

se, nesse contexto, como uma forma de tratamento de resíduos orgânicos alternativa ao aterro

sanitário para se moderar os impactos resultantes da implantação do mesmo como única

forma de tratamento.

A compostagem doméstica é uma alternativa interessante, especialmente em áreas

com população de baixa densidade, haja vista que, em vários casos, a coleta de lixo para a

destinação do RSU é dispendiosa para as prefeituras (MARTÍNEZ-BLANCO

et al

. 2010).

Esse tratamento de resíduos orgânicos define-se como a estabilização da matéria

orgânica, realizada por micro-organismos aeróbios, que ocorre naturalmente sem a

interferência humana. Entretanto, pode-se planejar, montar e gerenciar sistemas capazes de

tornar o processo mais conveniente às condições de operação e geração de resíduos

dependendo da situação proposta. Além disso, estudos tornam-se necessários para se obter

qualidade do produto final e eliminação de fatores repulsivos aos usuários que queiram adotar

esse tratamento.

Para Andersen

et al.

(2012), a compostagem doméstica não deve ser vista como uma

opção alternativa de tratamento para todos os resíduos orgânicos em uma região, mas sim

como uma solução complementar. O potencial de promover seu desenvolvimento é fornecer

uma abordagem flexível e de baixo custo à gestão de resíduos e facilitar a reciclagem

sustentável para proprietários de casas individuais.

Um das vantagens de se realizar a compostagem caseira é o aproveitamento do adubo

produzido na implantação de hortas nas próprias residências. Segundo Siviero

et al.

(2011), o

cultivo de espécies vegetais em quintais auxilia na complementação da dieta familiar,

gerando maior segurança alimentar, pois oferece alimentos seguros e de fácil acesso em

quantidade e qualidade.

De acordo com Karnchanawong e Suriyanon (2011), os critérios técnicos e científicos

relevantes para compostagem doméstica têm sido pouco estudados. Sugere-se normalmente

que se acumule os materiais orgânicos para serem inseridos em grande quantidade no sistema

de compostagem, no entanto, armazenar os restos de alimentos em domicílios em localidades

de clima quente pode gerar fatores desagradáveis como geração de chorume e odor. Faltam

ainda informações completas sobre o desempenho da compostagem no caso de alimentação

diária de resíduos.

62