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adequada transferência de massa entre o ar e os sólidos (Chang

et al.

, 2006).A eficiência do

processo de compostagem depende das condições ambientais fornecidas pela composteira

doméstica e de sua operação.Alguns experimentos foram realizados buscando levar em

consideração o desempenho da composteira doméstica em relação à aeração passiva e/ou

forçada e ao preenchimento com resíduo de alimentos de forma contínua e/ou em batelada

(Chang

et al.,

2006; Karnchanawong e Suriyanon, 2011).

Os poucos sistemas de compostagem de resíduos sólidos urbanos em operação no

Brasil são, em sua maioria, em larga escala e em pátio abertos, centralizados e, geridos pelo

município. Existem alguns programas, estudos e experiências-piloto sobre compostagem

doméstica. A compostagem apresenta vantagens sobre os processos de incineração e

disposição em aterros sanitários devido aos menores custos operacionais, menor risco de

poluição ambiental e, mais importante, o uso benéfico de seu produto final (Snyman e

Vorster, 2011). O composto gerado é usado como condicionador do solo e, em alguns casos,

como fertilizante orgânico (Li et al., 2013).

Aproximadamente 90% dos municípios brasileiros têm uma população de até 50.000

habitantes (IBGE, 2010), correspondendo a 33 % da população brasileira. Estes municípios

em grande parte apresentam padrão de ocupação horizontal e habitações com disponibilidade

de espaço intra-domicilio permitindo o uso de composteiras domésticas e do composto

produzido no próprio local, em jardins ou hortas. Há também, regiões brasileiras em clima

semiárido com solos pobres emmatéria orgânica, onde o composto pode ser usado para a

melhoria do solo. Além disso, existem áreas urbanas densamente habitadas nas quais a prática

de compostagem doméstica eo uso do composto em locais próximos, como praças e parques,

pode, além de contribuir com o crescimento de plantas, reduzir o custo de transporte dos

resíduos sólidos para aterros sanitários. Portanto, no Brasil, a adoção de programas de

compostagem domésticaé uma alternativa atrativa.

Várias investigações sobre compostagem doméstica foram conduzidas em outros

países nos últimos dez anos com foco na eficiência do processo com diferentes materiais

estruturantes e estratégias de operação (Faverial e Sierra, 2014; Lleó

et al.,

2013; Cólon

et al

.,

2010; Martínez-Blanco

et al

., 2010; Smith e Jasim, 2009; Chang

et al.

2006; Iyengar e Bhave,

2006), no estudo e compreensão da comunidade microbiana envolvida no processo (Bijlsma

et al.

2013; Sundberg

et al

. 2013), nos parâmetros cinéticos (Baptista

et al.,

2012), nos efeitos

da aeração (Karnchanawong e Suriyanon, 2011), no balanço de massa e análise de ciclo de

vida (Andersen

et al.,

2011), na qualidade e estabilidade do composto (Cesaro

et al.,

2015,

Barrena

et al.,

2014) e na emissão de gases (Ermolaev

et al.,

2014; Quirós

et al.,

2014;

Adhikari

et al.,

2013; Andersen

et al.,

2010).

A maioria das pesquisas citadas foi realizada em escala laboratorial de bancada ou em

composteiras de médio porte (100

400L). As composteiras de médio porte sãoconcebidas

para serem instaladas em quintais e são operadas, em geral, com resíduo de alimentos e

resíduos verdes. Entretanto, muitas residências em áreas urbanas mais adensadas não

comportam a instalação destes sistemas por falta de espaço físico ou mesmo por não

produzirem resíduos verdes.

Desta forma, este estudo avaliou a eficiência do processo de compostagem em

composteiras domésticas de pequena escala com volumes de 10 litros, preenchidas com

resíduo de alimentos eusando como material estruturante, lascas de madeira

in natura

ou

reinseridas após um ciclo de compostagem.

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