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AVALIAÇÃO DA INFUÊNCIA DA ALCALINIDADE NA

BIODIGESTÃO ANAEROBIA DA FRAÇÃO ORGÂNICA DOS

RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS

(FRANCISCO DIEGO ARAÚJO

OLIVEIRA, NAIANE COSTA LIMA, ARI CLECIUS ALVES DE LIMA, R.

STEFANUTTI, AURÉLIO PESSOA PICANÇO

)

RESUMO -

Este trabalho tem como principal objetivo avaliar a influência da alcalinidade na

biodigestão anaeróbia da fração orgânica dos resíduos sólidos domésticos, visando analisar a

melhor condição de tamponamento. Os testes de biodragrabidabilidade anaeróbia foram

realizados através de ensaios de atividade metanogênica específica, em condições mesofílicas

(35ºC) e sob agitação controlada. Para a co-digestão anaeróbia da fração orgânica foi utilizado

como fonte de inóculo lodo anaeróbio proveniente de uma estação de tratamento de esgoto de

uma cervejaria. Destaca-se que os melhores resultados de produção e composição de biogas

foram encontrados para os ensaios em que foram suplementados dosagens de 1g/L de

alcalinizante. Entretanto, resultados menos satisfatórios foram evidenciados nos ensaios de

controle em que não se adicionou alcalinidade. Conclui-se que o efeito da adição de

alcalinidade nos processos anaeróbios se constitui de uma mecanismo extremamente

importante, garantindo assim maior estabilidade operacional e melhor eficiência do

tratamento.

Palavras-chave:

Biodigestão anaeróbia; Alcalinidade; Biogás.

11.1

INTRODUÇÃO

A destinação inadequada da fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos no meio

ambiente pode trazer sérios danos à saúde pública e ao meio ambiente oriundos dos produtos

resultantes da decomposição biológica, que origina um percolado podendo conter susbtâncias

altamente tóxicas e também pela produção de gases que agravam o efeito do aquecimento

global (FELIZOLA; LEITE; PRASAD, 2006; SILVA

et al

., 2009a).

É importante mencionar que, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos

(PNRS), Lei 12.305/2010, apenas os resíduos sólidos considerados como rejeitos devem ser

encaminhados para a disposição final ambientalmente adequada, não sendo o caso dos

resíduos sólidos orgânicos (RSO).

Por exemplo, no Brasil foram produzidos em 2013 um pouco mais de 76 milhões de

toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) (ABRELPE, 2013), sendo que mais da metade

dos resíduos coletados é composto de matéria orgânica (BRASIL, 2011).

Embora no Brasil, nos últimos anos, já tenha registrado alguns avanços na reciclagem

dos resíduos sólidos, estas iniciativas são mais significativas para o mercado dos recicláveis

secos. Já na reciclagem dos RSO, o cenário se mostra mais incipiente. Haja vista, que segundo

a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (2008), realizada pelo IBGE, apenas 1635 t/dia

dos RSO coletados e/ou recebidos foram tratados em usinas de compostagem, indicando que

somente 1,2% do total coletado e/ou recebido (133.407 t/dia) são reaproveitados (para essa

estimativa foi considerado que no país a fração orgânica ocupa 51,4% da produção).

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