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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

riências de

desconexão

(seja uma ligação telefônica ou o sinal de

internet que cai, a perda de um vínculo social ou afetivo, etc.).

Além disso, “os nós [de uma rede]

sempre competem por

conexões

, porque os links representam a sobrevivência em um

mundo conectado” (BARABÁSI, 2003, p. 106, grifo nosso). É in-

teressante perceber as conexões como competição, porque isso

nos leva a abandonar uma ideia de redes como já dadas, pron-

tas, em que basta apenas analisar as conexões existentes para

inferir vínculos, capitais simbólicos, etc. Portanto, o importan-

te é perceber “o tipo de conexão que se estabelece nas redes”

(VALDETTARO, 2011, p. 16), ou seja, “a natureza dos conectores

que produz determinados agregados de indivíduos”, não toman-

do como óbvia a noção de que as redes digitais são “sociais”. A

especificidade das redes sociodigitais não é o fato de serem “so-

ciais” (inúmeras outras redes o são, fora do âmbito digital), mas

sim que os seus “vínculos”, os seus laços “sociais” são instaura-

dos, possibilitados e configurados por conexões técnicas digitais

online. Por isso é necessário estar atento às estruturas das cone-

xões, aos padrões das interconexões, às modalidades de associa-

ção que ocorrem em plataformas sociodigitais específicas.

Pela centralidade da noção de “conexão” nas interações

online, poderíamos chamar de

dispositivos conexiais

as matrizes

de produção de sentido que ocorrem nas redes comunicacionais

que entrecruzam as plataformas sociodigitais (SBARDELOTTO,

2016b). Ou seja, trata-se de um

sistema sócio-técnico-simbólico

heterogêneo que possibilita a conexão digital e organiza a comu-

nicação entre os interag nt s e rede

. Os dispositivos conexiais

são justamente as

interfaces sociotecnossimbólicas

que passam a

estabelecer redes complexas de circulação comunicacional ob-

serváveis nas plataformas sociodigitais.

Acreditamos que toda rede é uma

ação

de conexão, um

trabalho

em rede (

network

); ou seja, as conexões não existem

“em si mesmas”, mas são construídas e mantidas constantemen-

te pela ação social de comunicação via dispositivos, como no

caso da página

Catecismo da Igreja Católica

. Se a midiatização

produz e faz funcionar uma nova forma de sociedade produtora

de sentido, esta está diretamente vinculada às lógicas dos flu-

xos, “tendo como fim a produção de uma nova forma de vínculo

social, no caso as

estruturas de conexões

” (FAUSTO NETO, 2005,