Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
rais, políticos, ecológicos, psicológicos, tecnológicos e econômi-
cos, pressupondo um tratamento não parcial, que vai de acordo
com a sociedade em midiatização.
Desde meados do século XVIII, as tentativas de enlaçar
o consumidor numa teia sugestiva de apelos para a aquisição
tornou-se o propósito maior da publicidade em todo o mundo.
Para que bens e serviços circulem em ritmo intenso, profissio-
nais se esmeram em produzir mensagens cada vez mais atra-
tivas, de maneira a enredar o leitor/consumidor em interações
fascinantes e perturbadoras, através das propagandas.
Para atraírem cada vez mais o turista, os governos pas-
saram a produzir materiais publicitários dos mais variados, se-
jam eles cartazes, catálogos, folders, novelas ou sites oficiais nos
diferentes meios de comunicação (impresso, rádio, televisão,
internet), que despertam a atenção do consumidor. O turismo,
portanto, passou a fazer parte das políticas de Estado, tanto pe-
los dividendos que advêm do fluxo de turistas quanto pela valo-
rização de seu patrimônio histórico, paisagístico, cultural. Afinal,
como não se encantar com o mar azul de Fernando de Noronha?
Ou com a arquitetura colonial de Ouro Preto e Salvador? Ou, ain-
da, com os deliciosos chocolates de Gramado?
Na publicidade há princípios que mais ou menos orien-
tam esse modo de se chamar a atenção, despertar o interesse,
estimular o desejo, criar a convicção e induzir à ação, como,
aliás, se encontra na obra de Vestergaard e Schroder (2000).
Tais elementos integram o
know-how
do fazer publicitário para
se chegar a objetivos, e a eles invariavelmente se associam fato-
res psicológicos embutidos em cada peça publicitária, em que
os desejos, sonhos e devaneios são, por assim dizer, acionados
pelas estratégias comunicacionais para obter resultados satis-
fatórios para conhecer e se “extasiar” em algum destino – que
é sempre apresentado em tons “paradisíacos”. Assim, o Estado
utiliza a comunicação para atrair o consumidor a fim de torná-lo
um consumidor de ambientes do paraíso.
Na sociedade da informação e comunicação, median-
te tecnologia, dispositivos e linguagem que tratam de produzir
esta outra comunicação em que as interações sociais estabele-
cem ligações sociotécnicas, os modos segundo os quais a socie-
dade realiza, escolhe e direciona o turismo através dos proces-