Table of Contents Table of Contents
Previous Page  224 / 346 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 224 / 346 Next Page
Page Background

Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

rais, políticos, ecológicos, psicológicos, tecnológicos e econômi-

cos, pressupondo um tratamento não parcial, que vai de acordo

com a sociedade em midiatização.

Desde meados do século XVIII, as tentativas de enlaçar

o consumidor numa teia sugestiva de apelos para a aquisição

tornou-se o propósito maior da publicidade em todo o mundo.

Para que bens e serviços circulem em ritmo intenso, profissio-

nais se esmeram em produzir mensagens cada vez mais atra-

tivas, de maneira a enredar o leitor/consumidor em interações

fascinantes e perturbadoras, através das propagandas.

Para atraírem cada vez mais o turista, os governos pas-

saram a produzir materiais publicitários dos mais variados, se-

jam eles cartazes, catálogos, folders, novelas ou sites oficiais nos

diferentes meios de comunicação (impresso, rádio, televisão,

internet), que despertam a atenção do consumidor. O turismo,

portanto, passou a fazer parte das políticas de Estado, tanto pe-

los dividendos que advêm do fluxo de turistas quanto pela valo-

rização de seu patrimônio histórico, paisagístico, cultural. Afinal,

como não se encantar com o mar azul de Fernando de Noronha?

Ou com a arquitetura colonial de Ouro Preto e Salvador? Ou, ain-

da, com os deliciosos chocolates de Gramado?

Na publicidade há princípios que mais ou menos orien-

tam esse modo de se chamar a atenção, despertar o interesse,

estimular o desejo, criar a convicção e induzir à ação, como,

aliás, se encontra na obra de Vestergaard e Schroder (2000).

Tais elementos integram o

know-how

do fazer publicitário para

se chegar a objetivos, e a eles invariavelmente se associam fato-

res psicológicos embutidos em cada peça publicitária, em que

os desejos, sonhos e devaneios são, por assim dizer, acionados

pelas estratégias comunicacionais para obter resultados satis-

fatórios para conhecer e se “extasiar” em algum destino – que

é sempre apresentado em tons “paradisíacos”. Assim, o Estado

utiliza a comunicação para atrair o consumidor a fim de torná-lo

um consumidor de ambientes do paraíso.

Na sociedade da informação e comunicação, median-

te tecnologia, dispositivos e linguagem que tratam de produzir

esta outra comunicação em que as interações sociais estabele-

cem ligações sociotécnicas, os modos segundo os quais a socie-

dade realiza, escolhe e direciona o turismo através dos proces-