

Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
processos tecnológicos e operacionais de interação é que com-
põem a processualidade interacional/social que vai caracterizar
a circulação comunicacional. Logo, a construção de vínculos, de
modos de ser, do perfil social a que chamamos de realidade, mu-
dam as práticas sociais em que estávamos inseridos.
O avanço da midiatização sobre a sociedade, com efei-
tos também sobre o próprio mundo midiático, trata de reformu-
lar suas práticas, os contratos, seus dispositivos, suas operações
e a própria problemática da produção de sentidos. Esta reali-
dade sócio-técnico-discursiva força a constituição de uma nova
interação entre mídia e receptor, expandindo de modo complexo
as fronteiras, quase que eliminando-as, e introduzindo possibili-
dades de novos contratos de leituras na relação destes campos,
e daí resultam novos modos de afetações que vão organizar suas
relações. A mídia é, então, entendida como um novo campo so-
cial (campo dos mídias) que se funda em novas racionalidades
com as quais realiza estratégias de produção de sentido, um lu-
gar cuja organização e funcionamento incidem sobre os modos
de viver a experiência e as interações sociais, hoje. Os campos
sociais (política, religião, educação, turismo, etc.), que antes po-
diam interagir com outros campos por processos marcados por
suas próprias lógicas, fazem de regras da midiatização insumos
para a construção de suas estratégias, seus produtos, suas iden-
tidades, sendo, assim, crescentemente atravessados por circui-
tos diversos (novas formas de interação). Também as agendas
midiáticas afetam o mundo dos indivíduos, os quais, muitas ve-
zes, estruturam seus esquemas identitários tendo como referên-
cia laços identificatórios propostos pela midiatização. Ou seja, a
vida e a dinâmica dos diferentes campos são atravessadas, ou
mediadas, pela tarefa organizadora técnico-simbólica de novas
interações realizadas pelo campo dos mídias.
Assim, conforme Braga (2012), o estudo da midiati-
zação corresponde a estudar minuciosamente as experiências
sociais de produção de circuitos e de dispositivos interacionais
para, através das percepções aí obtidas, identificar os riscos, os
desafios, as potencialidades e os direcionamentos preferenciais,
procurando perceber como estão se encaminhando as media-
ções comunicativas da sociedade. Isso corresponde a dizer que,