Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
lizadas e à disposição de toda e qualquer pessoa, dá a ver as po-
tencialidades que existem para o desenvolvimento de um tipo de
relação comunicacional que pode ser mais dividido, que já não
fica apenas à mercê do que a indústria da comunicação oferece
como acontecimento.
Alémdisso, a prática que se baseia na utilização de ima-
gens de arquivo para a construção de novos significados denota
que o passado e o presente podem coexistir na medida em que
atualizamos aquelas imagens como fantasmas que retornam à
vida. Esse movimento se dá, fundamentalmente, com a inserção
de um novo tipo de realizador: o espectador/produtor que tem
a oportunidade de mostrar aquilo que produz.
Nesse sentido, Miège contribui para essa discussão-
quando diz que o dever dos pesquisadores da comunicação e in-
formação (assim como de qualquer pesquisador) é ver além do
superficial daquilo que é dado. A reflexão deve ir em direção a
um aprofundamento da relação entre TICs, mídias e espaços pú-
blicos. Isso é somente um começo para pensarmos muito mais
sobre este cenário que ainda é novo, mas tende a gerar discus-
sões profundas.
Referências
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Promesses et
limites. Paris :
Seuil, 2010. (Coll. La république des idées).
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