Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
que mostram os consumidores/usuários que, em parte, impõem
seus ritmos em função de suas práticas próprias; os conteúdos
podem ser encontrados em sites quando não se teve acesso a
eles anteriormente; as práticas das mídias instaladas estão em
mutação profunda; c) A economia de funcionamento própria de
cada mídia produz uma declinação complexa dos modelos so-
cioeconômicos. Atualmente há negociações para que se tenham
recursos para fazer, por exemplo, os suplementos digitais de jor-
nais; d) A organização específica; há poucas novas organizações;
há reorganizações internas dentro das mídias instaladas, com
pessoal novo para trabalhar no mundo digital. Há tentativas de
colocação no mercado de novas empresas, mas aquelas das mí-
dias já instaladas normalmente dão mais certo.
As novas mídias colocam em questão a programação
dos meios tradicionais. É neste nível que as mutações mais im-
portantes estão acontecendo. Os meios anteriores tinham um
ritmo que implicava uma programação específica para cada
meio. A atividade das novas mídias abre mais espaço para a cria-
tividade. A individualização está na base das críticas que se fa-
zem às mídias de massa.
Um novo modelo de ação comunicacional se impõe
sobre aqueles conhecidos anteriormente. As mídias instaladas
deram espaço a criações de modelos que podemos chamar de
“ativos”: 1) a imprensa de opinião; 2) a imprensa comercial de
massa; 3) as mídias audiovisuais globais; 4) as relações públi-
cas. Todos esses modelos de ação que surgiram implicaram um
certo tipo de troca entre os editores/artistas e os consumido-
res das mídias. Além desses quatro modelos de ação existentes,
podemos acrescentar um quinto hoje, no qual o relacional tem
mais valor. É um modelo intermediário, mais transversal que os
precedentes, com mais interação, que tende a fragmentar os es-
paços – o que é uma tendência da comunicação atual. As mídias
anteriores trabalhavam sobre um modelo com poucos atores na
construção das mensagens. Agora há o alargamento do número
de atores produzindo conteúdos. É um modelo heterogêneo na-
quilo que se produz.
Este modelo de comunicação atual que utiliza a in-
ternet e as TICs também para a realização de novos produtos
audiovisuais baseados nos “velhos”, ou seja, em imagens já rea-