Table of Contents Table of Contents
Previous Page  176 / 346 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 176 / 346 Next Page
Page Background

Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

são feitos pelos usuários. No plano ideológico, temos uma fi-

gura adaptada à necessidade de mercado: o

usuário-produtor

mostra a inclusão de um novo sujeito; o usuário que produz

seus próprios produtos fica consagrado. Com o desenvolvi-

mento das TICs, temos os sujeitos que interagem livremente

na rede. A web se mostra como um vasto campo de expressão

social e humana. Isso tudo coloca em questão o cultural e o

informacional.

O desenho das especialidades se modifica a partir das

novas formas de produção pelos amadores. O próprio termo

“amador” pode se referir a diferentes conceitos, dependendo de

onde se observa isso. O campo da arte, por exemplo, é diferente

da comunicação, etc. As mídias, hoje, têm solicitado os amado-

res. Os jornais solicitam aos leitores a sua opinião, seja em blog

do jornal, nos comentários, no

Facebook

, etc.

No campo do audiovisual, as novas ferramentas tec-

nológicas também fazem ocorrer um desenvolvimento da pro-

dução amadora antes nunca vista. As lógicas das TICs acabam

solicitando que os amadores ajam sobre produtos audiovisuais

que estão disponíveis na internet. Há sites como o “Festival do

minuto”, que trata de temas que pedem a utilização de ima-

gens de bancos de dados que estão disponíveis na web. Tais

ações sobre as imagens de arquivo, gerando novos produtos

audiovisuais, são realizadas sobre bancos de dados que são

repositórios para reedições e reutilizações, tanto de profissio-

nais quanto de amadores. Arrisco dizer que esse agir é muito

mais realizado por amadores, que têm agora a oportunidade

de distribuição que não existia anteriormente. É aqui que há

uma potencialização dos arquivos como fantasmas, ou seja, o

retorno daquelas imagens que estavam mortas e voltam à vida

em novas montagens.

A produção audiovisual dos “amadores” nas novas mí-

dias passa a ser tão volumosa que começam a se desenvolver

possíveis padrões de criação e codificação por meio de inúme-

ras repetições de estilos de vídeos. Nesse sentido, podem estar

surgindo novos elementos na linguagem audiovisual a partir de

produtores que, no passado, não conseguiam ter força nem uni-

dade para criar padrões que pudessem influenciar a produção

como um todo.