Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
são feitos pelos usuários. No plano ideológico, temos uma fi-
gura adaptada à necessidade de mercado: o
usuário-produtor
mostra a inclusão de um novo sujeito; o usuário que produz
seus próprios produtos fica consagrado. Com o desenvolvi-
mento das TICs, temos os sujeitos que interagem livremente
na rede. A web se mostra como um vasto campo de expressão
social e humana. Isso tudo coloca em questão o cultural e o
informacional.
O desenho das especialidades se modifica a partir das
novas formas de produção pelos amadores. O próprio termo
“amador” pode se referir a diferentes conceitos, dependendo de
onde se observa isso. O campo da arte, por exemplo, é diferente
da comunicação, etc. As mídias, hoje, têm solicitado os amado-
res. Os jornais solicitam aos leitores a sua opinião, seja em blog
do jornal, nos comentários, no
, etc.
No campo do audiovisual, as novas ferramentas tec-
nológicas também fazem ocorrer um desenvolvimento da pro-
dução amadora antes nunca vista. As lógicas das TICs acabam
solicitando que os amadores ajam sobre produtos audiovisuais
que estão disponíveis na internet. Há sites como o “Festival do
minuto”, que trata de temas que pedem a utilização de ima-
gens de bancos de dados que estão disponíveis na web. Tais
ações sobre as imagens de arquivo, gerando novos produtos
audiovisuais, são realizadas sobre bancos de dados que são
repositórios para reedições e reutilizações, tanto de profissio-
nais quanto de amadores. Arrisco dizer que esse agir é muito
mais realizado por amadores, que têm agora a oportunidade
de distribuição que não existia anteriormente. É aqui que há
uma potencialização dos arquivos como fantasmas, ou seja, o
retorno daquelas imagens que estavam mortas e voltam à vida
em novas montagens.
A produção audiovisual dos “amadores” nas novas mí-
dias passa a ser tão volumosa que começam a se desenvolver
possíveis padrões de criação e codificação por meio de inúme-
ras repetições de estilos de vídeos. Nesse sentido, podem estar
surgindo novos elementos na linguagem audiovisual a partir de
produtores que, no passado, não conseguiam ter força nem uni-
dade para criar padrões que pudessem influenciar a produção
como um todo.