Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
Em anexo a esta dualidade entre o material e o ima-
terial, inscreve-se a lógica na qual o
software
se associa à di-
mensão mais relevante do diagrama contemporaneamente em
operação: o controle. Traço específico decorrente da técnica de
programação se torna a afirmação da lógica do protocolo e, com
ela, da dimensão do controle. Em atividade há décadas nos me-
canismos que se associaram a tecnologias de informação e co-
municação, estes traços vão impor consequências também para
o audiovisual. Tecnologias baseadas em programação implicam
duas ideias importantes: a lógica de livre fluxo e a instituciona-
lização da transparência, marcas definidas como os traços do
protocolo (GALLOWAY, 2004).
No sentido original, relevante apenas a engenheiros de
comunicação, define-se um protocolo como as especificações
voltadas a regular a transmissão de dados. Como conceito teó-
rico, protocolo se encontra presente em atividades de telecomu-
nicações e em mecanismos da computação. Em sentido amplo,
a internet opera a partir de muitos equipamentos distintos: em
um extremo, computadores de porte gigantesco; em outro, má-
quinas domésticas de pequena dimensão (NORBERG; O’NEILL,
1996). Sua conexão depende de referências comuns adotadas
por todos, permitindo a sua inter-relação. Sem a adoção de re-
gras conjuntas de funcionamento se tornaria impossível alcan-
çar um resultado satisfatório.
Para obter os desdobramentos esperados, a intero-
perabilidade entre mecanismos diversos mostra-se impossível
sem padronização. Definir padrões obriga a atentar à gover-
nança e ao controle. Para as tecnologias de informação, esta
administração se realiza a partir do protocolo e das normas de
interoperação que apresenta. Estas especificações – como uma
jurisprudência, não como uma lei – permitem, pela adesão de di-
ferentes envolvidos, a possibilidade de atuação conjunta por go-
vernança, não por governo centralizado. O protocolo toma parte
nas formas contemporâneas para o exercício de poder em uma
realidade dependente de tecnologias de informação.
Ultrapassando o formato disciplinar obtido segundo a
operação de outro diagrama determinado, a dimensão contem-
porânea do poder define-se pela ideia de controle (DELEUZE,
1990). Contraposto à disciplina, controle implica administração