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Redes digitais: um mundo para os amadores.

Novas relações entre mediadores,

mediações e midiatizações

Antes de um embate entre amadores e profissionais, a

crítica de “T” faz transparecer, pela narrativa do ator social, o

próprio lugar ocupado pela recepção no circuito midiático. Há,

portanto, um contrato regulatório que tenta se impor pela fala

de “T” no sentido de orientar a natureza das publicações em tor-

no do caso: “A morte do Nelson Mandela não merece piadinhas

na internet”.

Tensionamentos envolvendo amadores e profissionais

também são corriqueiros no Twitter e apontam para um movi-

mento de vigilância daquilo que é tornado público pelos veículos

de comunicação por parte dos usuários do microblog, a exem-

plo do que aconteceu no caso do anúncio antecipado da morte

do mandatário sul-africano pela “Voz do Brasil”. Nessa mesma

perspectiva, no dia 5 de dezembro o portal G1 anunciava a mor-

te de Mandela seguida de uma série de reportagens especiais

que elucidavam ao internauta aspectos relevantes da história e

da trajetória do líder sul-africano. Via Twitter, o internauta “l”

comentava a cobertura do portal, criticando a produção anteci-

pada de materiais sobre Mandela com o intuito de serem publi-

cadas após o seu falecimento.

A declaração de “l” deixa antever um certo conhecimen-

to atribuído ao amador em relação às deontologias profissionais

que regem o trabalho do jornalista. Mesmo sem garantias em re-

lação aos processos que nortearam a produção de conteúdos pelo

G1, o usuário do microblog infere que a biografia de Mandela já

havia pautado a imprensa antes mesmo de sua morte.

Por fim, vale destacar que, fora do universo de men-

sagens pesquisadas em torno do tema “Morte Nelson Mandela”,