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(2008) ressaltam ainda que, dentre as substâncias nocivas ao homem e ao meio ambiente, o
chumbo é o elemento mais danoso quando disposto de forma inadequada.
Para ilustrar este cenário, de acordo com os dados da ANATEL (2016) e do portal
Teleco (2016d) foi possível verificar que, em apenas quatro anos, houve um crescimento de
cerca de 100 milhões de novos acessos ao Serviço Móvel Pessoal (SMP) no Brasil, atingindo
em fevereiro de 2016 a marca de 258,06 milhões de linhas ativas na telefonia móvel e a
densidade de 125,62 acessos por grupo de 100 habitantes. Esses números podem indicar uma
geração cada vez maior de resíduos sólidos advindos dos aparelhos celulares, uma vez que os
acessos ao serviço móvel são cada vez maiores.
Quadro 1
–
Etapas do ciclo de vida do aparelho celular
Etapa
Descrição
1
Ele é desenvolvido para atender às demandas do mercado usando as novidades tecnológicas
apropriadas
2
Recursos da natureza são extraídos e processados para fornecer os elementos necessários para
montar o celular
3
O equipamento é montado em uma fábrica
4
Junto com vários outros, o celular é distribuído para intermediários
–
uma rede de supermercados,
por exemplo
–
que se encarregam da venda direta aos consumidores
5
O consumidor compra o celular, leva-o até sua casa e o utiliza por alguns anos
6
Chega a hora do consumidor se desfazer do equipamento. Neste momento, ele tem duas opções
principais: 1) quando em bom funcionamento, passá-lo adiante, revendendo-o ou doando-o a outra
pessoa, por exemplo; 2) enviá-lo para reciclagem
–
com isso, ele se tornará parte do ciclo de vida
de outros equipamentos, já que seus componentes serão reciclados e reaproveitados. Com isso,
diminui-se a necessidade de extrair os recursos limitados da natureza necessários para produzir
novos equipamentos
Fonte: (Adaptado) Trigo, Antunes e Balter (2013)
A existência de estudos relacionados à problemática dos REEE apresenta em sua grande
maioria uma abordagem ampla e voltada para o gerenciamento de vários resíduos
eletroeletrônicos em conjunto, evidenciando assim a necessidade de estudos mais
aprofundados acerca de um determinado tipo de REEE (ver Quadro 1). Com isso, este
capítulo se refere a pesquisa que visou a estudar o fluxo da cadeia pós-consumo dos aparelhos
celulares em Belo Horizonte em função dos principais atores identificados.
6.2
METODOLOGIA
Delimitação da área de estudo
O estudo objeto deste capítulo tem como área de abrangência a zona urbana de Belo
Horizonte conurbada com as regiões urbanas das cidades adjacentes (Figura 2). Capital do
Estado de Minas Gerais, a cidade de Belo Horizonte possui extensão territorial de 331,4 km
2
e
população de 2.491.109 habitantes (IBGE, 2014).
A cidade está localizada na região centro-sul do estado de Minas Gerais e é uma das
principais metrópoles do país. A qualidade de vida da população, se comparada pelo Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH=0,839), é acima da média brasileira (IDH = 0,775), o que,
segundo Franco e Lange (2011), representa um desenvolvimento significativo no mercado de
consumo e com elevado potencial de geração de REEE.
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