Table of Contents Table of Contents
Previous Page  89 / 156 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 89 / 156 Next Page
Page Background

81

Observou-se também que uma parte do REEE é dispensada pela população junto com

os resíduos de construção civil (RCC) nas URPV

13

ou em caçambas, de onde são enviados

para algum aterro da região não adaptado para receber este tipo de resíduo. Uma parte dos

REEE gerados, principalmente pela indústria, é direcionada para aterros industriais (Classe I -

Resíduos Perigosos). Os REEE também são descartados de forma incorreta e em locais

inadequados (ver Figuras 15 e 16), em encostas, corpos d´água, terrenos baldios e em margens

de rodovias, contaminando o solo e o lençol freático e, por conseguinte, os animais e seres

humanos. Mesmo os aterros sanitários ´convencionais´ não são o local adequado para o

descarte deste tipo de resíduos.

Figura 16

Rejeitos do processo de reciclagem de REE dispostos no CTRS da BR-040

Franco (2008) lembra que as substâncias tóxicas estão, em sua maioria, presentes nos

materiais de forma inerte, ou seja, o manuseio dos REEE sem danificá-los em princípio não

contaminaria o meio ambiente e os seres humanos. Ainda assim, atenção especial deve ser

dada aos monitores de televisão, computadores, compressores de aparelhos de refrigeração e

capacitores eletrolíticos que, se desmontados, liberam substâncias contaminantes.

CONCLUSÕES

Em Belo Horizonte não existe um sistema formal de gestão dos REEE, embora já

exista um mercado incipiente que recupera parte desses materiais. O fato do mercado reger a

recuperação dos REEE traz algumas consequências para o sistema: materiais contaminantes,

co

mo baterias, “desaparecem” do processo (são descartados de maneira inapropriada) e

materiais gerados pelos consumidores (pessoas físicas) de maneira pulverizada mostram

baixas taxas de recuperação (a logística de coleta é custosa para as empresas).

Na maioria das cidades da região não se cobra taxa de limpeza pública, sendo,

portanto todos os serviços bancados pelo orçamento municipal. Em particular concernente à

coleta e à disposição de REEE, a situação ainda é mais delicada, visto que as prefeituras não

têm práticas de registro, havendo assim um comércio paralelo, sem controles fiscais e

ambientais. Algumas cooperativas e associações de catadores ensaiam passos para

participarem também da reciclagem destes resíduos, em condições precárias de trabalho e sem

13

URPV (unidade de recebimento de pequenos volumes) é o nome dado em BH a pontos aos quais os usuários

podem levar alguns tipos de resíduos sólidos (principalmente poda, objetos volumosos, entulho) em “pequenas”

quantidades (máximo de 1m

3

por descarga/dia). Não recebem restos de alimentos, animais mortos, resíduos

líquidos e pastosos (óleo, lama, ácidos, graxas

etc.

) nem resíduos de saúde (SLU, 2014). No começo de 2014,

havia 32 destes equipamentos espalhados pela cidade, a maioria dos quais com problemas de funcionamento,

inclusive devido à precária forma de colaboração dos usuários. Tem sido cada vez mais observado o aporte de

REEE a estes locais.

Carcaça CPU

Carcaça TV

89