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que podem ser recuperados. No entanto, cerca de 3% do conteúdo é composto por agentes
poluidores, que devem ser segregados antes da reciclagem ou da incineração. Outra fonte de
risco são os processos de recuperação de substâncias, tal como a extração de cobre de placas
de circuito impresso, que emprega ácido sulfúrico e outras substâncias perigosas (WIDMER
et al., 2005).
Há pouca padronização em atividade de retorno de REEE (LI et al., 2013). A
legislação brasileira, por exemplo, não prevê como o retorno deve ocorrer, apenas indica o
que não deve ser feito, tal como disposição em aterros sanitários e incineração (BRASIL,
2010). Iniciativas de gerenciamento de REEE ainda são incipientes e, até quanto se pesquisou,
não há dados sobre a quantidade corretamente retornada (ONU, 2012; BIGUN et al., 2012). A
ONU (2012) aponta, além da pequena quantidade de REEE corretamente tratada, comparados
à gerada, o constante crescimento da atividade. A maior parte da coleta é feita por catadores
de sucata, organizados em cooperativas, associações ou pequenos negócios. Se a atividade
oferece trabalho e renda a comunidades vulneráveis, também submete estas comunidades a
riscos. Diante desse cenário, o tema de gerenciamento de REEE ganha força.
Estima-se que apenas 13% de EEE sejam reciclados no mundo, o que pode gerar
expressivo passivo ambiental (ONU, 2012). Quando dispostos de maneira incorreta, além do
dano ambiental e das contaminações, há a perda econômica, pois muitos dos componentes e
materiais, de alto valor, ainda teriam potencial de utilização por certo período (EROL et al.,
2010; SANSOTERA et al., 2013; BIGUN et al., 2012).
Para a Agência Europeia de Desenvolvimento (EEA), o fluxo de REEE é um dos
fluxos de resíduos mais complexos que existem, requerendo tecnologia de gestão, pois
abrangem uma ampla variedade produtos que vão desde dispositivos mecânicos mais simples
aos com sistemas integrados (EEA, 2003). A diretiva REEE da União Europeia dividiu os
EEE em dez categorias, apresentadas no Quadro 1. As categorias de 1 a 4 respondem por
quase 95% do volume de REEE gerado.
Quadro 1 - Categorização dos REEE conforme Diretiva 2002/96CE.
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Categorias
Rótulo
1
Grandes eletrodomésticos
Large HH
2
Pequenos eletrodomésticos
Small HH
3
Equipamentos de informática e telecomunicações ICT
4
Equipamentos de consumo
CE
5
Equipamentos de iluminação
Lighting
6
Ferramentas elétricas e eletrônicas
E & E tools
7
Brinquedos e equipamentos de esporte e lazer
Toys
8
Aparelhos médicos
Medical devices
9
Instrumentos de monitoração e controle
M & C
10
Dispensadores automáticos
Dispensers
Fonte: EU, 2002.
Estimativas europeias apontam para até 45% de crescimento na quantidade de REEE
até 2020. No Brasil, a indústria de computadores e telefones celulares apresentou expressivo
crescimento global, sendo que a venda de PCs decaiu um pouco a partir de 2013 (ABINEE,
2015). Os dados estão apresentados na Tabela 1.
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