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RESÍDUOS
DE
EQUIPAMENTOS
ELETROELETRÔNICOS
(REEE): O QUE SÃO, QUE RISCOS OFERECEM E COMO
DESTINÁ-LOS (
MARTA ELIZA BUBICZ, MIGUEL AFONSO SELLITTO,
LUCIANA PAULO GOMES, CLAUDIA ADRIANA KOHL
)
RESUMO
: O objetivo deste artigo foi fazer uma revisão acerca dos resíduos de equipamentos
eletroeletrônicos (REEE). A revisão apresentada inclui o conceito de REEE, como os REEE
se originam e se constituem e, que riscos trazem para a saúde humana e para o meio ambiente.
Também foram abordadas quais as opções para a sua destinação correta e como se organiza a
cadeia produtiva de pós-consumo desses resíduos, onde foram incluídas as etapas de
transporte, tratamento e destinação final. A principal contribuição do artigo é de servir como
referencial teórico para futuras pesquisas, tanto em nível de mestrado e doutorado, quanto em
projetos de pesquisa financiados pela indústria ou por órgãos de fomento.
Palavras-chave:
REEE. Gestão de Resíduos. Gerenciamento ambiental.
1.1
INTRODUÇÃO
Equipamentos elétricos e eletrônicos (EEE) tornaram-se parte importante do cotidiano
da maioria das empresas e residências, sejam para uso pessoal, como computadores e
telefones, ou industrial, como máquinas e equipamentos (KOH et al., 2012). Porém, ao
mesmo tempo em que melhoram processos, ao fim da sua vida útil, EEE geram resíduos de
difícil manejo, os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE). Muitas vezes os REEE
são descartados de forma incorreta, tanto por falta de conhecimento dos riscos que podem
causar, como por falta de cadeias de retorno capacitadas para tanto (KUIK et al., 2011).
Essa dificuldade de retorno é determinada principalmente pelo projeto dos EEE, com
placas e circuitos de difícil desmontagem (WU e ZHANG, 2010), projetados para garantir alta
confiabilidade, não para reaproveitamento (HANAFI et al., 2008). Como o processo de
desmontagem é manual e oneroso, é mais difícil à formação de indústrias de retorno, como
ocorre, por exemplo, com metais, vidros, papéis e outros tipos de resíduos (SUNDIN et al.,
2012). Mesmo assim, indústrias de retorno têm surgido principalmente em países em
desenvolvimento, envolvendo comércio, reparo e reutilização de EEE. Tais indústrias podem
acarretar severos riscos de saúde e ambientais, que não são totalmente claros aos seus diversos
agentes (WIDMER et al., 2005).
Uma das alternativas para mitigar o problema é a adoção do ecodesign no
desenvolvimento de novos produtos (KUIK et al., 2011). Nesse, a concepção do produto
minimiza impactos ambientais, inclusive após o uso. Outro conceito de interesse é a
ecoeficiência. Projetos ecoeficientes privilegiam a reutilização ou substituição parcial de
componentes sem a necessidade que todos sejam descartados quando apenas uma parte exije
substituição (SCHVANEVELDT, 2003; GOOSEY, 2004).
A legislação tem papel fundamental para garantir correta destinação, seja por reuso do
EEE, reaproveitamento das partes ou dos materiais que o compõem, ou ao menos por
processo seguro de descarte (ESSOUSSI et al., 2010; RAMANATHAN et al., 2010). A
legislação e suas correspondentes normativas têm como princípio estabelecer as diretrizes
para manter o equilíbrio entre os benefícios trazidos por EEE e os danos gerados por REEE.
Embora o rastreamento e o controle de produtos e processos sejam complexos e intrincados,
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