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Fonte: relatórios SLU (2000-2015)

Na cidade e em sua região, a situação não é diferente do resto do país: as práticas

construtivas (e as de demolição) parecem não conhecer - e portanto não prestigiam -,

princípios elementares de economia e de ecologia. Qualquer exame superficial nos projetos e

nos processos construtivos evidencia despreocupação com a produção e com a gestão de

RCD, demandando custos extras de transporte e recorrendo a más práticas de deposição,

muita vez clandestinas (ver Figura 3).

Em 1993, para diminuir a disposição dos RCD em locais inapropriados a

Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), autarquia municipal responsável pela gestão,

criava o

“Programa de Correção Ambiental das Deposições Clandestinas

e Reciclagem de

Entulho

” (o adjetivo “

ambiental

na proposta mostra uma tentativa de sintonia com as

concepções incentivadas pelo ECO-92, acontecida no Rio de Janeiro). Nessa época, segundo

estudo realizado por consultoria, a cidade apresentava 134 pontos de disposição clandestina

de RCD, chamados

“bota

-

fora” (SLU

apud

SILVA, 2005), que representavam então uma

despesa para o orçamento da prefeitura de cerca de R$1.070.000,00 por ano com a remoção

de entulho.

Na época de sua implantação, este programa estabeleceu a instalação de usinas de

reciclagem e de pontos de coleta intermediária, as Unidades de Recebimento de Pequenos

Volumes (URPV)

2

, constituindo uma rede de recebimento, organização e armazenamento de

resíduos de construção e demolição, tendo como objetivo principal atender os pequenos

geradores de RCD, ou seja, até 1m³ por transportador por dia. Graças a este sistema de gestão

de RS cuja elaboração começou ainda na década de 90, até o final de 2016 Belo Horizonte

contava com 34 URPV, funcionando com diferentes graus de precariedade.

Figura 3

situações típicas de má disposição de RCC em Belo Horizonte e região

a)

lançamento em córregos; b) lançamento em áreas calçadas e urbanizadas, junto com resíduos

domésticos ensacados; c) lançamento em terrenos baldios, com outros materiais (poda,

móveis

etc

)

2

“URPV” foi a

expressão de batismo para estes equipamentos em BH: em outras cidades, tais instalações são

chamados de “ecopontos” ou “pontos verdes” ou ainda “ecocentros”. Entre outras

normas de funcionamento,

estipula-se que os

veículos leves podem realizar uma descarga de até 1m

3

/dia por gerador [este valor já foi de

2m

3

/dia (n.a.)]; os RS devem ser descarregados pelo transportador, separados por tipo de material, nos locais

indicados pelo operador; e é expressamente proibida a entrada de menores de idade e a permanência de pessoas

estranhas na unidade (SLU, 2014). Em São Paulo (SP), com uma população superior a 12.000.000 (IBGE, 2016),

há 90 destes “ecopontos” (unidades ou estações de entrega voluntária de materiais inservíveis), que

funcionam

de segunda a sábado das 06h00 às 22h00, e mesmo aos domingos e feriados, das 06h00 às 18h00 (Fonte:

www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/servicos/amlurb/ecopontos

- acesso em 12jan16).

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