34
O valor de pH foi determinado por meio de um medidor equipado com eletrodo
utilizando 1 g da amostra imersa em 50 mL de CaCl
2
(0,01M) e agitada durante 30 minutos.
O teor de umidade e os sólidos totais voláteis foram analisados de acordo com o
Standard
Methods for the Examination of Water and Wastewater
(APHA, AWWA e WEF, 2012). O
nitrogênio foi determinado por uma metodologia adaptada do método 4500-Norg B; 200 mg
da amostra previamente seca foram colocados em frascos Kjeldahl contendo 1 ml de H
2
O
2
comercial, 700 mg de mistura de digestão (contendo 100 g de Na
2
SO
4
, 10 g de CuSO
4
5H
2
O e
1 g de selênio) e 5 ml de H
2
SO
4
concentrado. A digestão foi conduzida na unidade de digestão
modelo K-425, Büchi. Após digestão, foram adicionados à amostra 50 ml de água deionizada
e 35 ml de NaOH 10M, que foi então destilada em 50 ml de ácido bórico com pH 4,65 na
unidade de destilação modelo K355, Büchi. O carbono foi determinado em um sistema de
combustão de sólidos a alta temperatura (1200 °C) utilizando o analisador multi N/C
®
2100
da Analytic Jena. Coliformes totais e
Escherichia coli
foram quantificados por meio da
técnica de substrato definido utilizando Colilert
®
, IDEXX.A qualidade do composto foi
analisada considerando os limites de referência constantes na IN29/2005.
2.3
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As variações da temperatura ambiente e nas composteiras ao longo do tempo são
mostradas na Figura 3, com maior detalhamento para os sete primeiros dias do processo nos
quais ocorreram as maiores variações. A temperatura ambiente variou entre 27,1 e 30, 8°C,
com amplitude térmica de apenas 3,7°C.
A evolução da temperatura é um indicador da atividade microbiana durante processos
biológicos e, consequentemente, pode ser considerada como um parâmetro conveniente e
direto para determinar o status do processo de compostagem (Li
et al
., 2013). Nesta pesquisa,
apenas as condições mesofílicas caracterizaram o processo de compostagem,
independentemente do material estruturante utilizado. Em todas as composteiras é possível
observar que o pico de temperatura ocorreu logo no segundo dia após a adição dos resíduos de
alimentos. Tanto na Fase 1 como na Fase 2 ,quando ocorreu novo preenchimento das
composteiras contendo serragem 2:1 e folha seca, as máximas temperaturas observadas
variaram entre 41 e 43°C, o que correspondeu a uma diferença de 12 e 14°C em relação à
temperatura ambiente, respectivamente.
Estudos experimentais realizados em composteiras de pequeno a médio porte revelam
uma diversidade de perfis de temperatura resultantes do processo de compostagem,
subdivididos em (1) comportamento de subida e queda, com flutuações térmicas significativas
ou (2) comportamento que acompanha de perto as mudanças sazonais. A temperatura
influencia tanto a natureza específica da população microbiana como a taxa e o tipo de
decomposição. Dado que populações microbianas diversificadas geralmente evoluem e
dominam o ambiente durante um processo de compostagem, as chances são de que, em
qualquer instante no tempo (em condições mesofílicas ou termofílicas), a temperatura interna
será apropriada para algum grupo microbiano (Tatàno
et al
., 2015; Li e
t al.
, 2013; Smith e
Jasim, 2009; Ryckeboer
et al
., 2003). No presente estudo, o desenvolvimento global da
atividade microbiana exotérmica em condições aeróbias é mostrado, mesmo que
discretamente, pelos aumentos na temperatura interna de 2,6 a 3,6°C (média) ou 1,2 a 2,1°C
(mediana) acima da temperatura ambiente, em todas as composteiras.
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