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tratados (Cólon
et al.,
2010). A compostagem em escala doméstica é utilizada para a
degradação de resíduos de alimentos e resíduos verdes, gerados nas habitações.
O teor de umidade é um parâmetro importante no processo de compostagem, pois a
água fornece um meio para a dissolução e o transporte de substâncias como os nutrientes que
são necessários para a atividade microbiana. O teor de umidade durante o processo de
compostagem é influenciado pela atividade microbiana, pela temperatura e pelo grau de
aeração. A atividade microbiana pode fazer com que o teor de umidade aumente devido à
água liberada durante a decomposição da matéria orgânica, enquanto elevados níveis de
aeração e de temperaturas podem aumentar a taxa de evaporação, levando à perda de grandes
quantidades de água. Um baixo teor de umidade compromete processos biológicos e faz com
que o produto de compostagem seja instável e imaturo, enquanto que um alto teor de umidade
em meio com partículas pequenas torna o material compostável mais adensável, o que afeta a
transferência de massa de ar e produz condições anaeróbias que inibem o processo de
compostagem. Portanto, é importante controlar o teor de umidade durante o processo de
compostagem (Shen
et al.
, 2015).
Re
síduos de alimentos “
in natura
”
compostos por frutas e verduras possuem
respectivamente cerca de 80% (Nogués,
et al.
2010) e 90 % de umidade (Abdullah,
et al
.
2015). Altos teores de umidade, além de tornar o meio anaeróbio, podem produzir chorume
se ultrapassada sua capacidade de retenção do meio e emitir CH
4
, gás que contribui para o
efeito estufa. Já o controle da umidade e a manutenção do meio aeróbio libera CO
2
e NH
3
.
Estudos relatam que 9,6-46% do nitrogênio total inicial é perdido na forma de NH
3
durante a
compostagem (Yang
et al.,
2013).
Para regular a umidade e manter o meio aeróbio são utilizados materiais estruturantes
de diferentes tipo e granulometrias com a finalidade de criar vazios entre partículas e de
absorver parte da umidade. O material estruturante deve manter a mistura úmida o suficiente
para manter uma atividade microbiana ativa (Adhikari
et al
., 2009).
Em diferentes estudos, materiais estruturantes comolascas de madeira, palha,
serragem, cascas de arroz e cascas de amendoim foram misturados com resíduos de alimentos
para ajustar o teor de umidade, relação C/N e espaços vazios entre as partículas. Os resultados
desses estudos mostraram que os diferentes materiais estruturantes podem modificar as
propriedades físicas da massa de compostagem, além de também alterar a cinética de
biodegradação e reduzir o período de compostagem (Yang
et al.,
2013; Chang e Chen, 2010).
O presente trabalho teve como objetivo monitorar o processo de compostagem de
resíduos de alimentos (RA) em composteiras domésticas de pequeno porte (10 litros)
utilizando três materiais estruturantes (ME): serragem, papel e folhas secas.
2.2
MATERIAL E MÉTODOS
Na Fase 1, com duração de 25 dias, quatro composteiras foram preenchidas com RA e
três tipos diferentes de ME: duas composteiras com serragem em pó, uma com papel e uma
com folha seca. As composteiras preenchidas com serragem diferiram entre si na proporção
volumétrica de ME:RA (2:1 e 1:1); as composteiras com papel e folha seca foram preenchidas
na proporção de ME:RA de 2:1 ( v:v).
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