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COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS DE ALIMENTOS EM PEQUENA
ESCALA
UTILIZANDO
DIFERENTES
MATERIAIS
ESTRUTURANTES
(
DANIELE VITAL VICH, LUCIANO MATOS
QUEIROZ, TIAGO ROCHA SANTOS, VIVIANA MARIA ZANTA)
RESUMO
: Esta pesquisa monitorou o processo de compostagem em composteiras de 10L
preenchidas com resíduos de alimentos (RA)e três diferentes tipos de materiais estruturantes
(ME). Na primeira fase, duas composteiras foram preenchidas com serragem, uma com papel
e uma com folha seca. As composteiras preenchidas com serragem diferiram entre si na
proporção volumétrica de ME: RA (2:1 e 1:1), enquanto as composteiras com papel e folha
seca foram preenchidas na proporção volumétrica 2:1.Na segunda fase, apenas as
composteiras contendo serragem 2:1 e folha seca receberam nova adição de RA e ME. Foram
monitorados os parâmetros temperatura, pH, umidade, matéria orgânica, carbono
total,nitrogênio total Kjeldahl, coliformes totais e
Escherichia coli
. Apenas condições
mesofílicas predominaram no processo. As composteiras contendo serragem 2:1 e folha seca
apresentaram teores de umidade iniciais de 57% e 65%, respectivamente. Nas composteiras
com serragem 1:1 e papel, a umidade inicial foi ligeiramente acima de 70%.Após 25 dias de
compostagem, a redução de massa úmida para as misturas serragem 2:1, serragem 1:1, papel e
folha seca foi de 58%, 57%, 78% e 69%, respectivamente. Na segunda fase, as composteiras
serragem 2:1 e folha seca tiveram redução de 73% e 64% de massa úmida, respectivamente.
Após 74 dias, a massa final presente nas composteiras contendo serragem 2:1 e folha seca
apresentaram uma cor castanha escura e odor semelhante ao de terra molhada. Essa massa
final foi peneirada para obtenção do produto final, que correspondeu a 5% da massa final
total. A concentração de
E. coli
nos dois compostos foi inferior a 1 NMP g
-1
sólidos totais
, o que os
enquadra nos limites de referência IN25/2009 ( MAPA, 2009).
Palavras-chave:
Compostagem
doméstica.Resíduo
de
alimentos.
Material
estruturante.Patógenos.
2.1
INTRODUÇÃO
A compostagem doméstica é uma opção de gestão de resíduos em vários países, pois é
vista como uma rota de desvio potencialmente importante para os resíduos sólidos domésticos
orgânicos. É difícil descrever a compostagem doméstica como uma única tecnologia padrão,
pois o produtor de resíduos também é o operador e usuário final do composto. O processo de
compostagem tem lugar de diversas formas e com esquemas operacionais muito diferentes, o
que é uma das razões para a falta de estudos científicos neste campo (Andersen
et al
., 2011).
Miyamoto,
et al.
, 2016, com base em dados gravimétricos de estudo realizado pelo
BRASIL (2011), menciona que cerca de 83% dos resíduos sólidos urbanos produzidos no
Brasil são potencialmente recicláveis, sendo 51 % resíduos orgânicos. Esses
autorescaracterizaram os resíduos sólidos emum conjunto habitacional do Programa Minha
Casa Minha Vida da faixa 1, com renda familiar bruta mensal de até 1.800,00 reais
analisando a tratabilidade dos RSD, constataram que 71% dos resíduos gerados correspondem
ao fração orgânica com potencial de serem tratados por compostagem doméstica.
A compostagem doméstica evita a coleta de uma parte importante dos resíduos sólidos
urbanos, reduzindo os investimentos econômicos, materiais e energéticos em infraestruturas, e
permite um controle mais específico do processo de compostagem e dos materiais orgânicos
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