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regionais administrativas. Essas plantas precisam ser periodicamente adubadas, requerendo

um grande volume de fertilizantes.

Outra área com grande potencial para absorção desse produto é a agricultura urbana e

periurbana do município. A partir da promulgação da Lei n

o

9.959/2010, que atualiza a Lei de

Uso e Ocupação do Solo Urbano, a Agricultura Urbana passou a ser reconhecida como uma

das atividades econômicas definidas como categoria de uso do solo permitido na cidade. No

mesmo ano, o tema da agricultura urbana foi inserido no Plano Diretor de Desenvolvimento

Integrado da Região Metropolitana de Belo Horizonte (PDDI/RMBH). Como parte do Plano,

foi elaborado um Programa Metropolitano de Agricultura Urbana associado à Política

Metropolitana de Segurança Alimentar e Nutricional. Existem iniciativas individuais ou

familiares e iniciativas comunitárias como a Horta Comunitária Vila Santana do Cafezal, a

Horta Comunitária Terra Nossa e a experiência do Grupo Semear (COUTINHO e COSTA,

2012), no entanto, há necessidade de um mapeamento de todas as iniciativas, para se

caracterizar os diferentes tipos de produção, total de pessoas envolvidas e volume de

produção.

Além dessas iniciativas, existem os programas públicos, como as hortas escolares e

comunitárias. A Prefeitura de Belo Horizonte mantém entre 2016 e 2017 144 hortas escolares

e 44 hortas comunitárias (PBH, 2016) e as unidades de agricultura familiar da região

metropolitana. Todos esses programas podem tanto produzir para utilização própria ou venda,

quanto também consumir o composto orgânico, movimento um mercado para esse produto.

É crucial marcar fortemente as vantagens do uso de compostagem de modo que possa

ser percebida como uma alternativa séria aos fertilizantes químicos por parte do setor agrícola

e paisagístico. Além de valor como fonte de nutrientes já bem conhecido, há também os

benefícios de compostagem em termos de seqüestro de carbono (ESPAÑA, 2005). O

desenvolvimento do mercado deve ser um dos objetivos do PMGIRS-BH, porém, deve ser

considerado em todas as etapas da gestão, desde a educação ambiental até as normativas de

qualidade do composto a ser produzido, preparando a sociedade para absorver as medidas

necessárias para fomentar esse setor.

h - Apoio técnico aos gestores

Oferecer orientação técnica aos gestores é fundamental. Muitos municípios não

possuem quadro técnico suficiente para abranger todos os aspectos envolvidos na gestão dos

resíduos. Além disso, a definição de um quadro técnico regulamentar, a cargo dos órgãos

públicos, que defina os requisitos para compostagem ou plantas de digestão anaeróbica

(concepção e gestão) também é necessária. Os órgãos públicos ligados à limpeza urbana

podem estabelecer parceira com instituições públicas de ensino, para capacitar gestores e

desenvolvimento de tecnologias voltadas às demandas da gestão dos resíduos orgânicos

(ORGANICSTREAM, 2014).

i - Modelo de custo

O custo da coleta diferenciada e destinação adequada do Programa de Compostagem

de Belo Horizonte é elevado. Em 2014, foi de R$ 537.683,82, correspondendo a R$ 212,94

por tonelada de resíduos coletados (SLU, 2016),sendo esse serviço oferecido gratuitamente.

Portanto, economicamente, não é um programa que se autofinancie, razão principal pela qual

o mesmo nunca pôde ser ampliado.

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