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1816

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

“(...) Nesta aventura encarna-se um sujeito, sempre

outro: escrever é traçar um devir. Escrever é escul-

pir com palavras a matéria-prima do tempo, onde

não há separação entre a matéria-prima e a escul-

tura, pois o tempo não existe senão esculpido em

um corpo, que neste caso é o da escrita e o que se

escreve não existe senão como verdade do tempo

(...)” (ROLNIK, 1993, §22).

INTRODUÇÃO

Do manifesto de reconhecimento da presença de au-

toras no sul do Brasil, nos processos de afirmação da obra

freireana ao recorte da presença imprescindível de uma de-

las, pelo fiar da escrita:

Estamos vivendo um movimento mundial, intenso e

fervoroso, de lutas das minorias, de resistência das classes

trabalhadoras, de percepção ampliada dos coletivos histori-

camente margeados e marginalizados pela discriminação e

soterramento de seus direitos sociais, culturais e econômicos.

Entre esses universos entrelaçados encontram-se as mulhe-

res, as quais têm lutado, incansavelmente, para construir uma

nova cultura de suas presenças, produções e experiências de

mundos, as quais sejam respeitadas, compreendidas, vistas

e sentidas como pessoas plenas e vidas próprias, dignas da

reinvindicação dos seus direitos humanos e protagonismos

legítimos. E dentre tantas lutas femininas, o reconhecimento

das autorias, pesquisas e produção científica das mulheres é

uma das mais complexas, porque emerge em meio às culturas

de tradição, a qual reforça que na ciência quem mais produz e

experimenta reconhecimentos de todas as ordens são os ho-

mens, geralmente brancos, mais jovens e com algum histórico

de oportunidades em suas vidas. O próprio acesso à produção

bibliográfica aceita, realizada e divulgada pelo mercado edi-

torial ainda é mais reduzida para as mulheres; de acordo com

algumas pesquisas, as mulheres aparecem de modo muito

discreto em relação às autorias masculinas. Diante da impo-

nência dos tantos autores homens do mercado editorial bra-

sileiro, as mulheres têm sido publicadas em menor proporção.