Table of Contents Table of Contents
Previous Page  1272 / 2428 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 1272 / 2428 Next Page
Page Background

1272

EIXO 8 – PAULO FREIRE E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

ontológica do inacabamento, o diálogo, a conscientização,

os processos investigativos e a (auto)formação permanente,

sempre interligados com o compromisso transformador.

A DESCOBERTA DO INACABAMENTO: UM DOS

MOVIMENTOS NOS CÍRCULOS DIALÓGICOS

Como já dito anteriormente, na proposta epistemoló-

gico-política dos Círculos Dialógicos não há uma hierarquia

ou sobreposição de saberes entre os oito movimentos. A

processualidade dos Círculos tem seu início, a partir da es-

cuta sensível e do olhar aguçado que provoca a emersão/

imersão consciente da/na realidade, por meio das temáticas

geradoras, despertando nos interlocutores/coautores a des-

coberta como seres inacabados e condicionados, o que vai

acontecendo a partir dos diálogos problematizadores

.

Esses

diálogos vão sendo tecidos

no

e

com

o grupo, durante a

realização dos Círculos Dialógicos, e “quanto mais progride

a problematização, mais penetram os sujeitos na essência

do objeto problematizado e mais capazes são de ‘desvelar’

esta essência” (FREIRE, 2008, p. 103).

Essa possibilidade de desvelamento da realidade, da

transformação de si na relação com os outros e com o mun-

do, é simbolizada pelos movimentos dos Círculos Dialógicos

numa espiral ascendente, com momentos de intersecção

que, ao mesmo tempo em que dialogam entre si, ampliam

a visão de mundo dos interlocutores coautores que estão

envolvidos no processo. Nesta dinâmica, a vivência de cada

um dos movimentos tem um papel importante para que os

processos de auto(trans)formação possam ir acontecendo,

dentro da processualidade dialética que representa a espi-

ral, estando em constantes movimentos.

Nesses movimentos de olhar e desvelar a realidade os

sujeitos coautores descobrem-se como seres condicionados,

mas não determinados como fatalidade histórica, e come-

çam assim a perceber a realidade a sua volta, vislumbrando

a possibilidade de transformá-la, transformando também a

si mesmos. Esse “dar-se conta” encaminha o processo dia-