Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados
estes se tornam hegemônicos assim que assumem uma imagem
de poder. E, neste sentido, o hacker tem emergido como arquéti-
po de um novo sujeito político que, em sua clandestinidade éti-
ca, não buscaria o poder político vertical, mas a disseminação
da cultura da participação, visando a uma utopia pós-mercado
(GORZ, 2003) através da socialização dos códigos informáticos,
que configuram os “genes” da nova economia. Só os fatos futu-
ros nos dirão se este imaginário corresponderá, e em que grau,
a práticas sociais efetivas e se estas experiências poderão con-
tribuir com a construção de um melhor caminho político para
enfrentar nossos incomensuráveis problemas. Por enquanto, no
Brasil, restam a indignação e um fiapo de esperança.
Referências
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