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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

indícios, constituindo um regime indiciário que favorece a pro-

liferação de imaginários, sem resoluções sociossimbólicas que

favoreçam o reencontro com o real. Podemos perguntar se este

regime indiciário é funcionalmente vinculado à desrealização e,

portanto, à financeirização do capital. Seria então ele vetor de

desinstitucionalização e fortalecimento da atorização, de priva-

tização do espaço público, de publicização do espaço privado,

passando a ser o paradigma da

polis

midiatizada, através de inu-

meráveis casos de circuitos-ambientes constituídos em diversas

modalidades de disrupções, desde as mais prosaicas até as mais

macro-sociais.

6 Conclusão: sobre as formas de produzir

As formas de produção de sentido contemporâneas

podem ser categorizadas em algumas grandes esferas de trans-

formações sociocognitivas que operam sobre a semiose social

midiatizada, em termos de funcionalidades, operações e lógicas:

a)

A dos usos sociais, individuais e coletivos, que

constituem novidades e criações sociais;

b)

A das regulações, acionadas por instituições

midiáticas e midiatizadas, de diversos campos

sociais, que se adaptam sociocognitivamente

aos novos ambientes, inclusive através de trans-

formações institucionais, com potencial regula-

tório, tentando manter os regimes de verdade

(atualizados pela modernidade) que as instituí-

ram, mas com concessões e acomodações à se-

miose midiatizada;

c)

A das disfuncionalidades decorrentes de disrup-

ções que emerge em espaços não regulados, que

incidem sobre as instituições, desinstitituciona-

lizando, potencializando a atorização;

d)

A atorização como um processo contraditório

entre reatividade e inteligência, individual e co-

letiva, assujeitamento e consciência;