Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
Parece-nos evidente, portanto, que as mídias tradi-
cionais estão implicadas com as TIC, na medida em que estas
últimas configuram uma complementaridade do modelo de co-
municação já enraizado pelos meios de massa. Reformulações
sociotécnicas têm deslocado os estudos de comunicação para a
dinâmica da circulação e do papel do dispositivo midiático
8
nas
construções de sentido e na organização social. Esta ecologia
comunicacional, composta tanto pelas mídias tradicionais (TV,
rádio, imprensa impressa, etc.) como por novas “tecnologias
convertidas em meios”, configura uma nova ambiência comuni-
cacional, um novo entorno midiático, que alguns teóricos estão
chamando de midiatização.
Referências
BRAGA, José Luiz. Nem rara, nem ausente – tentativa.
Matrizes
,
São Paulo, v. 4, n. 1, p. 65-81, jul./dez. 2010.
CARTIER, Carolyn. Cosmopolitics and the maritime world city.
Geographical Review
, v. 89, n. 2, p. 278-289,
A
pril 1999.
CLOUTIER, Jean.
A era do EMEREC
. Lisboa: I.T.E., 1975.
FERREIRA, Jairo.
As instituições e os indivíduos no ambiente
das circulações emergentes
. Paper. PPGCOM, Unisinos,
São Leopoldo, 2001.
FERREIRA, Jairo. Uma abordagem triádica dos dispositivos mi-
diáticos.
Líbero
(FACASPER), v. 1, p. 1-15, 2006.
JENKINS, Henry.
Cultura da convergência.
São Paulo: Aleph,
2008.
LÉVY, Pierre.
Cibercultura
. São Paulo: Editora 34, 1997.
MIÈGE, Bernard.
A sociedade tecida pela comunicação:
téc-
nicas da informação e da comunicação entre inovação e
enraizamento social. São Paulo: Paulus, 2009.
8
Aqui estamos falando a partir do conceito proposto por Ferreira (2006), que
defende o dispositivo como objeto de investigação e faz a distinção entre dis-
positivo no campo da comunicação (tecnologia) e no da teoria social crítica
(Foucault, Deleuze, Guattari). Propõe o dispositivo como “triádico e relacional”
e torna o conceito operacional ao defendê-lo como objeto de investigação que
contém três dimensões que se autodeterminam: socioantropológica, semiolin-
guística e tecnotecnológica, ou, em outras palavras, uma tecnologia, um sistema
de relações sociais e um sistema de representação.