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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

ABSTRACT:

Television enters the 21

th

century with the force of

its transformations. Coming across information technologies,

it transposes itself to the digital. Streaming makes this reality

clear. Permeated by interfaces, operated through apps, put into

action by smartphones, experienced through connected TVs,

this audiovisual is organized through immense collections and

endless flows, providing striking changes. The paper discusses

television as far as cable and streaming is concerned. It analyzes

this audiovisual – no longer circumscribed in a device, present in

apparatuses and networks, no longer circumscribed to national

frontiers, leaving aside the stations and their authorizations – in

terms of media archeology.

KEYWORDS:

Television studies. Communication and informa-

tion technologies. Media archeology.

1 Introdução

Tecnologias despertam intensa curiosidade relativa ao

momento em que surgem e as condições a partir das quais se

desenvolvem. Apreendê-las, tarefa difícil, implica dimensionar

um modo particular de entendimento. Para uma perspectiva

arqueológica, perguntas usuais sobre este tema necessitam de

redimensionamento. A organização das técnicas reflete as mo-

tivações dos envolvidos em sua constituição? Abordagem deste

tipo se encontra em trabalhos como os de Castells (1996), ao su-

gerir a possibilidade de que as tecnologias de comunicação e in-

formação se definam pela associação entre os interesses de seus

fundadores: programadores imbuídos da contracultura califor-

niana; burocracia de Estado; homens de ciência. Contudo, uma

resposta pautada por uma abordagem arqueológica (DELEUZE,

1986; FOUCAULT, 1969; ZIELINSKI, 1994) não compartilha da

mesma crença sobre a influência determinante de grupos sociais.

Uma segunda questão: o poder exercido a partir de

estruturas sociais, como a economia, condiciona a estruturação

das mídias? Na expectativa de compreender as mitologias envol-

vidas com a valorização – muitas vezes exacerbada – do digital,

Mosco (2005), a despeito de suas valiosas descrições, termina

sempre transformando as tecnologias de informação em uma