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Xiu e Zhang (2009) estudaram a recuperação de metais pesados presentes nos RPCI

pelo processo de eletrocinética (EC) com diferentes agentes auxiliares (ácido nítrico, ácido

clorídrico e ácido cítrico). As placas foram preparadas retirando os componentes (relés,

condensadores, etc.), fragmentadas em tamanhos inferiores a 0,1 mm e pré-tratadas por

processo oxidativo de água supercrítica, para posteriormente serem submetidas a EC. Os

resultados experimentais mostraram que os diferentes agentes auxiliares têm efeito

significativo sobre o comportamento e eficiência da recuperação dos diferentes metais. O

HCL foi altamente eficiente para recuperação de Cd; o ácido cítrico se mostrou eficiente para

recuperação de Cr, Zn e Mn; o ácido nítrico foi de baixa eficiência para a maioria dos metais,

exceto para o Ni. Os autores concluíram que quase todos os metais pesados migraram para um

ou outro lado do ânodo ou cátodo no processo de EC, indicando que há formação de espécies

metálicas carregadas positivamente ou negativamente. No entanto, o Ni, Cd e Mn, na maior

parte, migraram para a região do cátodo na experiência com ácido cítrico, onde existem

metais carregados positivamente, tais como íons metálicos livres devido à ocorrência de

complexação com o zinco.

Mecucci e Scott (2002) investigaram a recuperação do cobre, chumbo e estanho a

partir de sucata de placas de circuito impresso (PCB) utilizando uma combinação de

lixiviação, de troca iônica eletroquímica e eletrodeposição. Uma solução aquosa de ácido

nítrico (1-6 dm

3

/mol) apresentou o potencial para a extração seletiva de chumbo e cobre a

partir dos PCB. Precipitação do estanho como H

2

SnO

3

(ácido metaestânico) ocorreu em

concentrações de ácidos superiores a 4 dm

3

/mol. A viabilidade de eletrodeposição de cobre e

chumbo em diferentes concentrações de HNO

3

foi investigada por eletrólise galvanostática

preliminar. A deposição catódica do chumbo, especialmente em condições de alto eletrólito,

demonstrou-se de baixa eficiência. Um método alternativo para recuperar os metais

analisados foi a eletrodeposição simultânea de cobre no cátodo e dióxido de chumbo no

ânodo. Eletro-hidrólise para a regeneração de ácido e de base a partir do ácido nítrico gasto

também foi investigada.

D - Processo biohidrometalúrgico

Nos processos biohidrometalúrgicos (Quadro 5), são utilizadas bactérias, fungos ou

algas para obtenção de metais. Por meio da lixiviação bacteriana, ou biolixiviação,

microrganismos são empregados para solubilizar metais por oxidação. Este procedimento não

requer muitos recursos, tem baixo gasto energético e não emite gases para a atmosfera; no

entanto, cada tipo de metal/minério precisa de um tipo diferente de microrganismo.

O processo de lixiviação bacteriana é um fenômeno bioquímico; contudo, também

pode ser considerado como um processo eletroquímico, pois ocorre transferência de elétrons

do mineral para o microrganismo; portanto, a biolixiviação nada mais é que um processo de

corrosão. Há duas maneiras da biometalurgia recuperar metais, os processos de biolixiviação

(Quadro 6) e os processos de biosorção. A biolixiviação é muito aplicada em extração de

metais de base e metais preciosos de minerais contendo enxofre em sua composição. Na

biosorção ocorre uma interação físico-química entre os íons em solução e os microrganismos.

São conhecidos inúmeros microrganismos, como algas, bactérias, fungos e leveduras capazes

de acumular ativamente metais pesados e metais preciosos (Cui e Zhang, 2008).

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