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Yamane
et al
. (2013) estudaram a recuperação de metais por meio de
A. ferroxidans
.
Primeiramente, as PCI foram picotadas e trituradas em um moinho até a fragmentação de 2
mm; em seguida, utilizou-se um separador magnético para a retirada da parte metálica (Ni e
Fe). Na parte não magnética, que contém cobre, foi adicionada uma solução aquosa com ferro
na forma solúvel (íon ferroso Fe
2+
) e inoculada a bactéria
Acidithiobacillus ferrooxidans
,
linhagem LR. Esses microrganismos oxidam o íon ferroso transformando-o em íon férrico
(Fe
3+
), que por sua vez oxida o cobre, que é liberado dos grânulos da placa e é dissolvido na
solução (biolixiviação). A taxa de cobre solubilizado foi de 56%. O processo apresentou-se
mais econômico que os processos convencionais e de baixo impacto ambiental.
Zhu
et al
. (2011) conduziram um experimento usando cultura mista de bactérias
acidófilas (MCAB) para extração de metais dos RPCI. As placas foram fragmentadas e
posteriormente moídas até 40
mesh
. O pó resultante foi submetido a triagem hidráulica de
modo a remover os componentes não metálicos, principalmente o plástico. A parte que
continha 90% de metais foi seca a ar e separada em três frações de acordo com a
granulometria (40-60, 60-80 e acima de 80
mesh
). A determinação dos metais presentes nos
RPCI foi determinada por espectrometria de absorção atômica. O principal metal encontrado
foi o cobre e uma quantidade considerável de alumínio, chumbo e zinco. Para enriquecer as
bactérias acidófilas foi usada como inoculador a drenagem ácida de uma mina, localizada na
China. Os objetivos deste estudo foram: avaliar a solubilidade dos metais, a partir de
concentrados de metal de PCB, por misturas de bactérias acidófilas enriquecidas a partir de
drenagem natural acida de mina; investigar os efeitos dos parâmetros de operação, incluindo o
pH inicial, a concentração inicial de ferro, a dosagem de metal concentrado, o tamanho de
partícula, e a quantidade de inoculação em processo de biolixiviação. Os resultados
apresentam que, sob condições ótimas (pH = 2; 12g/L de Fe II; 12g/L de concentrado de
metais; 10% da quantidade de inoculação e 60-80
mesh
de tamanho de partícula), a eficiência
de lixiviação de cobre foi de 96,8% (em 45h), de alumínio foi 88,2% e de zinco, 91,6%,
ambos em 98 horas.
Xiang
et al
. (2010) tiveram como objetivo do estudo avaliar a solubilidade do cobre
em RPCI por consórcio bacteriano enriquecido a partir de drenagem ácida de mina natural e
as condições ótimas de biolixiviação. Os resultados indicaram que a extração do cobre foi
realizada, principalmente, através de oxidação dos íons férricos gerados a partir de bactérias
de oxidação de íons ferrosos. O pH inicial e a concentração de Fe
2+
desempenharam um papel
importante na extração do cobre e na formação do precipitado. A taxa máxima de lixiviação
do cobre de 95% foi alcançada após 5 dias, nas condições de pH = 1,5; 9 g/L de Fe (II) e 20
g/L de pó de RPCI. Todos os resultados mostraram que o cobre pode ser eficientemente
solubilizado a partir dos RPCI usando um consórcio bacteriano.
Wang
et al
. (2009) estudaram o processo de lixiviação de metais dos RPCI utilizando
Acidithiobacillus ferrooxidans
(
A. ferrooxidans
) e
Acidithiobacillus thiooxidans
(
A.
thiooxidans
) e associações destas bactérias. As bactérias foram isoladas a partir de drenagem
ácida de mina e aclimatadas na presença de RPCI e posteriormente usadas nos processos de
lixiviação. Depois de diversos experimentos, foram determinadas as condições ótimas para
obtenção de 74 a 99,9% de cobre, sendo a fragmentação entre 0,5 e 1 mm, a concentração de
RPCI entre 7,8 e 19 g/L e 9 dias de tempo de lixiviação para os três tipos de culturas. O
processo se mostrou eficiente também, para extração de zinco e chumbo, em torno de 88,9%
em frações menores que 0,35 mm.
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