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planejamento e gestão. Outro ponto é a compostagem praticada de forma descentralizada,
evitando o transporte dos RS a grandes distâncias. Por fim, cabe destacar que o Ecoponto se
situa sob um viaduto, destacando a importância em se usar espaços urbanos subutilizados para
atividades de interesse público.
A iniciativa privada também apresenta boas contribuições à gestão dos resíduos
orgânicos e à compostagem. Em São Paulo, segundo o PIGRS (2014), destacam-se:
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instituições como
shoppings
, universidades, hospitais, hipermercados e
empresas fazem compostagem parcial de parte de seus RS orgânicos;
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a fim de evitar o desperdício e promover ações sociais, um Instituto criou o
programa “Satisfeito” onde um terço do valor de cada prato consumido no
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restaurantes por ele cadastrados é destinado a organizações que ajudam crianças
em situação de pobreza e insegurança alimentar. Para contribuir, o cliente
precisa aceitar pagar integralmente pelo prato mas receber apenas 2/3 da
comida;
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A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp)
também contribui com cerca de 200 toneladas de alimentos para 150 entidades
cadastradas no banco de alimentos.
Os exemplos citados demonstram que São Paulo tem um enorme potencial para
promover a compostagem, num esforço comum entre o governo municipal, o setor privado e a
sociedade. A cidade cumpriu o prazo de entregar seu Plano Integrado de Gestão de RS e,
neste, os resíduos orgânicos receberam uma considerável atenção. O PIGRS traz as diretrizes,
estratégias, metas, ações e programas previstos para os próximos 20 anos bem como estudos
de casos nacionais e internacionais bem sucedidos que fundamentam os projetos previstos
para a cidade.
O Plano foca em dois pontos essenciais para fazer as futuras iniciativas darem certo:
compostagem
in situ
e coleta diferenciada. Esses mesmos pontos foram determinantes em
outros países para que a gestão e tratamento da matéria orgânica obtivesse êxito. A cidade é
enorme, tendo o transporte dos RS a grandes distâncias custo alto e ambientalmente
impactante. Da mesma forma, se não se promove uma coleta diferenciada, a recuperação de
RS torna-se pobre e ineficaz, e persistirão os problemas com um composto de baixa
qualidade.
Segundo o PIGRS (p. 29):
Para a recuperação dos resíduos orgânicos, o PGIRS prevê alcançar 1.600t/d de
redução na origem por meio de compostagem em condomínios, casas, parques e áreas
de difícil acesso, prevê a instalação a curto prazo de 8 centrais de pequeno porte (50
toneladas por dia cada uma, totalizando 400 toneladas diárias) e, em grandes áreas, a
instalação de centrais de processamento da coleta seletiva de resíduos orgânicos (4
unidades distribuídas regionalmente, 2.400 toneladas por dia) e instalação de unidades
de tratamento mecânico biológico (3 unidades distribuídas regionalmente, 1.900 t/d).
É previsto que ao final do Plano, a cidade produza 612.000 toneladas anuais de
composto, prolongando a vida útil de seus aterros, reduzindo os custos de transporte e
disposição final, atenuando a geração de gases de efeito estufa (GEE) e contribuindo para a
fertilização dos solos. Este último ponto é também discutido no PIGRS, quando se identificam
os destinos a serem dados ao composto produzido. O Plano destaca
que “5% da área agrícola
existente nas 26.755 UPAs [Unidades de Produção Agropecuária] dos municípios situados na
área compreendida em um raio de 50 km traçado a partir de São Paulo, são suficientes para
absorver o composto orgânico que será produzido quando todas as unidades previstas
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