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Este trabalho tem como objetivo avaliar a produção de metano no tratamento dos

resíduos orgânicos, utilizando os resíduos orgânicos de um restaurante universitário, testando

diferentes concentrações de sólidos totais nas amostras para ver qual concentração tem melhor

biodegrabilidade.

9.2

DIGESTÃO ANAERÓBIA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A digestão anaeróbia (DA) é um processo bioquímico na qual ocorre na ausência de

oxigênio molecular livre, onde vários consórcios microbianos estão envolvidos no processo

atuando na conversão da matéria orgânica complexa (carboidratos, proteínas e lipídios) em

compostos de cadeia menor e gases como metano, dióxido de carbono, nitrogênio, amônia

livre, gás sulfídrico e traços de outros gases e ácidos orgânicos de baixo peso molecular. Os

micro-organismos envolvidos no processo anaeróbio possuem alto grau de especificidade e

cada grupo atua em reações específicas (FORESTI

et al.,

1999).

A aplicação da tecnologia anaeróbia para o tratamento de esgotos domésticos tornou-

se bastante atraente no Brasil devido às condições climáticas predominantemente tropicais,

onde as temperaturas médias na maioria das regiões brasileiras são superiores a 20ºC. O país

assume posição de destaque no cenário mundial com relação à aceitação dos sistemas de

tratamento anaeróbio (AQUINO E CHERNICHARO, 2005).

A fração orgânica dos resíduos sólidos é um substrato complexo e, obviamente, a sua

degradação envolve um caminho metabólico ainda mais complexo constituído por uma série

de reações até à síntese do metano como produto final (MATA‐ALVAREZ, 2003).

A digestão anaeróbia é um processo bastante complexo e eficiente para o tratamento

de resíduos orgânicos, que consiste em várias vias metabólicas que envolvem a participação

de diferentes grupos de bactérias, em que certas espécies podem desempenhar função

específica para cada fase da digestão, apresentando, portanto, necessidades diferentes

condições ambientais ideais, porem a digestão anaeróbia

apresenta algumas limitações

relacionadas principalmente à baixa taxa de produção de biogás, ao longo tempo necessário

para a estabilização da matéria orgânica e à baixa eficiência durante a remoção de sólidos

voláteis

(KHALID

et al

. 2011).

O biogás é produzido a partir da decomposição bacteriana, seus principais produtos e

subprodutos. A decomposição bacteriana de matéria orgânica em condições anaeróbicas

acontece em quatro fases: A hidrólise enzimática; acidogênica, acetogênica, metagenica.

1ª Etapa

- Hidrólise de partículas (polímero) são hidrolisados a materiais de peso

molecular mais baixo que podem penetrar as paredes celulares de bactérias de fermentação,

uma vez que eles não são capazes de absorver a matéria orgânica em partículas. Por

conseguinte, a hidrólise do material particulado, bem como material solúvel maior é essencial

para aumentar a biodisponibilidade, ou seja, o acesso do substrato para as células microbianas

(CHERNICHARO, 2005).

2ª Etapa

- Acidogênse: produtos solúveis do passo de hidrólise são metabolizados no

interior das células de bactérias de fermentação, em compostos mais simples que são

subsequentemente segregadas por um grupo diversificado de bactérias, a maioria dos quais é

anaeróbio obrigatório. Os compostos produzidos de cadeia curta incluem os ácidos graxos

voláteis (AGV), álcoois, ácido láctico, o dióxido de carbono, hidrogénio, amoníaco e sulfeto

de hidrogénio, e ainda novas células bacterianas.

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