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POTENCIALIDADE DO USO DE PÓ DE MÁRMORE E ROCHAS

ORNAMENTAIS E DE FERTILIZANTES ORGÂNICOS OBTIDOS

PELO PROCESSO DE COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS

DOMÉSTICOS COMO CORRETIVOS DE ACIDEZ DE SOLO

(

LUCIANA PAULO GOMES, CAROLINE LOBATO DE LIMA SOUZA)

RESUMO

: A grande maioria dos solos brasileiros apresenta pH inferior a 5,5, sendo essa

uma condição química desfavorável, pois reduz a fertilidade do solo e, consequentemente, sua

produtividade, sendo que os solos dos estados RS e SC seguem o mesmo padrão sendo

predominantemente ácidos. Por geralmente apresentarem valores de pH básicos, os

compostos orgânicos podem ser indicados para utilização como corretivo de solos

acidificados. Outro material com grande potencial de uso para esse fim é o pó oriundo do

corte de mármores e rochas ornamentais, já que são de natureza calcária, constituídos,

geralmente, da mistura de carbonatos de cálcio e de magnésio (CaCO

3

e MgCO

3

). Logo, esta

pesquisa teve como objetivo verificar a potencialidade do uso de um composto orgânico e de

resíduos oriundos do corte de mármores e rochas ornamentais como potenciais corretivos de

acidez de solo. O PRNT foi a característica avaliada para comprovar a eficiência dos materiais

para tal fim. A fitotoxicidade foi determinada pela realização de testes de germinação,

utilizando alface (

Lactuca sativa

). Os materiais foram avaliados de forma distinta e também

consorciados em diferentes proporções de massa. A partir dos resultados encontrados foi

possível concluir que, dentro das características testadas, o pó oriundo do corte de mármore e

rochas ornamentais é potencialmente viável para ser utilizado como corretivo de acidez se

solo. A viabilidade do uso desse material consorciado com fertilizante orgânico é possível a

partir de misturas equivalentes a 50% de cada material. Os testes de germinação efetuados

comprovaram a ausência de fitotoxicidade dos materiais. empregados

.

Palavras-chave:

Corretivo dos solos, Fitotoxidade, Compostagem.

7.1

INTRODUÇÃO

Furtini Neto et al. (2001) afirmam que a grande maioria dos solos brasileiros

apresenta pH inferior a 5,5, sendo essa uma condição química desfavorável, pois reduz a

fertilidade do solo e, consequentemente, sua produtividade. Fadigas et al. (2002) comprovou

essa afirmação ao testar 162 amostras de solo, provenientes da soloteca da Embrapa Solos e

constatar que 89% dessas amostras apresentaram pH <6, e destas 60% apresentaram pH <5,

sendo os solos classificados como extremamente a fortemente ácidos.

Segundo a Comissão de Química e Fertilidade do Solo - CQFSRS/SC (2004) os solos

dos estados RS e SC seguem o mesmo padrão sendo predominantemente ácidos, apresentando

restrições ao desenvolvimento da maioria das plantas cultivadas. Essa mesma referência

destaca que a acidificação do solo cultivado é um processo contínuo e sua intensidade

depende de vários fatores, dessa forma, a utilização de corretivos da acidez do solo é,

portanto, de grande importância para a produção agrícola. Segundo Alcarde (2005) corretivos

da acidez dos solos são produtos capazes de neutralizar (diminuir ou eliminar) a acidez dos

solos e ainda carrear nutrientes vegetais ao solo, principalmente cálcio e magnésio.

Baldotto et al., 2007 destacam que os calcários são os materiais corretivos mais usados

na agricultura, entretanto, alguns resíduos industriais poderiam, potencialmente, ser utilizados

com esses fins , uma vez que a produção de resíduos industriais representa grande

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