100
acidez do solo que 688 kg de CaCO
3
puro e finamente moído.
Vale salientar que a simples adoção dos critérios estabelecidos nas legislações pode
não garantir a utilização segura de resíduos na agricultura a longo prazo já que certos
materiais podem ter em sua composição elementos considerados fitotóxicos, ou seja, com a
capacidade de inibir a germinação de sementes, o crescimento das raízes ou o
desenvolvimento das plantas. Belo (2011) ressalta que atualmente, não existe um método
universal estabelecido para avaliar a fitotoxicidade, porém, entre os diversos métodos
propostos na literatura, os ensaios com plantas, ou testes de germinação, têm sido muito
utilizados neste âmbito, os quais empregam uma variedade de espécies, substratos e
procedimentos. Estes métodos são muito vantajosos porque permitem avaliar
simultaneamente os efeitos provocados por diversos fatores fitotóxicos.
Kiehl (1985) acrescenta que nos testes de germinação, a fitotoxicidade de pode ser
determinada por meio de plantas indicadoras ou plantas testes. Esse autor aponta como
plantas indicadoras o agrião (Lepidium sativum), a alface (Lactuca sativa) e a cevada
(Hordeum vulgare).
Em 2009, o MAPA publicou o manual “Regras para Análise de Sementes” que teve
por finalidade disponibilizar métodos para análise de sementes, sendo estes de uso obrigatório
nos Laboratórios de Análise de Sementes credenciados no MAPA, objetivando o
cumprimento da Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003 e Decreto n° 5.153, de 23 de julho de
2004. Em seu capítulo cinco, ao abordar testes de germinação, esse manual trata da duração
do teste para cada espécie, esclarece as circunstâncias em que possa haver prolongamento dos
testes e determina número de dias para a primeira contagem bem como o desvio aceitável
nesses dias para que seja suficiente a avaliação correta das plântulas. Nesse manual também
acham-se indicados, por espécie, a recomendação de temperaturas mínimas e máximas, além
dos melhores substratos a serem preconizados para condução dos testes, bem como, de que
forma devem ser preferivelmente empregados (BRASIL, 2003, 2004, 2009).
De modo geral, para avaliar a influência de certo material ou substância sobre a
capacidade de germinação de determinadas plantas os pesquisadores utilizam-se do extrato
aquoso da substância a ser avaliada e realizam quatro repetições do teste com 25 sementes
tomadas totalmente ao acaso em cada repetição (BORELLA E PASTORINI, 2009, HABER
ET AL. 2006, SILVA E VILLAS BÔAS, 2007).
Os índices mais comumente avaliados são os de porcentagem de germinação (PG) e o
índice de velocidade de germinação (IVG). Em testes de laboratório PG corresponde ao
quociente entre o número de sementes semeadas e o número de plântulas classificadas como
normais que emergiram (BRASIL, 2009) e IVG baseia-se no princípio de que sementes que
possuem maior velocidade de germinação são mais vigorosas. Por isso através deste teste
determina-se o vigor avaliando a velocidade da germinação das sementes (OLIVEIRA ET
AL., 2009). Santana e Ranal (2000) destacam que para cálculo desse parâmetro uma das
medidas mais amplamente utilizadas por pesquisadores da área de ciências agrárias é a
fórmula proposta por Maguire (1962), sendo esta uma medida adimensional (sem unidade)
que prediz o vigor relativo de amostras de sementes.
Martins
et al
. (2004), com sementes de Chenopodium ambrosioides L., Bezerra,
Momenté e Medeiros Filho (2004), com sementes de moringa, Bezerra
et al
. (2002), com
sementes de melão-de-são-caetano, Romani
et al
. (2010) com sementes de Merremia spp. e
Catunda
et al
. (2003), com sementes de maracujá, são autores que utilizaram esta fórmula.
108