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preocupação para a sociedade. Souza, et al (2009) concordam e complementam dizendo que a
busca por novos insumos agrícolas é de suma importância para uma agricultura sustentável e
ecologicamente viável.
Nesse sentido, por geralmente apresentarem valores de pH básicos, os compostos
orgânicos podem ser indicados para utilização como corretivo de solos acidificados. Lima,
Lima e Aguiar (2005) testaram o efeito da adubação orgânica sobre o pH do solo constataram
um aumento considerável em relação ao pH. Nesse estudo, a aplicação de 10 kg de composto
orgânico teve resultados semelhantes à aplicação das doses de calcário dolomítico
recomendadas em parcelas de 2m.
Dentre os compostos orgânicos, destaca-se aqueles gerados apartir da compostagem da
matéria orgânica oriunda dos resíduos sólidos domésticos (RSD), uma vez que é consenso
que, no Brasil, os restos de alimentos putrescíveis representam mais da metade desses
resíduos, desta forma, seu reaproveitamento é fundamental para a redução do volume de
resíduos destinados aos aterros sanitários. Nos aterros sanitários, os resíduos orgânicos, que
têm como característica a rápida degradação, decompõem-se em um ambiente basicamente
anaeróbio , tendo como consequência a geração de produtos indesejáveis, como o gás metano
e o lixiviado, já na compostagem, a decomposição se dá em um ambiente aeróbio e em
condições controladas, tendo como resultado um produto estabilizado, com propriedades e
características diferentes a do material que lhe deu origem e que pode ser aplicado ao solo
para melhorar suas características, sem ocasionar riscos ao meio ambiente. (BIDONE E
POVINELLI,1999, D’ALMEIDA e VILHENA, 2000, FERNANDES et al., 2006).
Outro material com grande potencial de uso para esse fim é o pó oriundo do corte de
mármores e rochas ornamentais, já que são de natureza calcária, constituídos, geralmente, da
mistura de carbonatos de cálcio e de magnésio (CaCO3 e MgCO3). Baldotto et al., 2007
afirmam que o processo industrial destes não inclui metais pesados ou outros contaminantes,
além de que com o crescimento da indústria de rochas ornamentais elevadas quantidades de
resíduos sólidos oriundas do beneficiamento desses materiais têm-se constituído em um
problema ambiental em potencial. Segundo esses autores a quantidade de pó-de-mármore, que
se aproxima de 25 % do total obtido no processo de beneficiamento, é geralmente descartada,
acumulando-se em grandes tanques de deposição nas proximidades das indústrias, uma
ameaça constante ao meio ambiente e à qualidade de vida dos moradores da região.
Em razão da problemática ambiental, motivada pela geraçãodos resíduos e pela
necessidade de encontrar alternativas para seu melhor aproveitamento, surge a estratérgia do
aproveitamento do pó-de-mármore como corretivo da acidez do solo, haja vista o seu alto teor
de carbonatos e a sua granulometria aparentemente compatível com a dos calcários
comerciais.
Alguns autores comprovaram em suas pesquisas a viabilidade do uso agronômico
desses resíduos. Baldotto et al., 2007 avaliou a potencialidade agronômica do resíduo de
mármore. Esse autor aplicou esse resíduo como corretivo da acidez do solo em uma cultura do
milho e comparou com um calcário de referência. Os resultados obtidos demonstraram que a
elevação do pH e o crescimento inicial de milho foram semelhantes quando usado o pó-de-
mármore ou corretivo de referência.
Machado, Ribeiro e Andrade, 2008 avaliaram a utilização de rejeitos de rochas
ornamentais na correção da acidez do solo e, a partir dos resultados observados concluíram
que esses rejeitos apresentam potencialidade para serem utilizados como tal, à medida que
contribuíram para o aumento de pH nos solos estudados.
Mesquita, Cardoso Filho e Andrade (2009), desenvolveram um estudo com o objetivo
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