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avaliar a evolução do pH, em condições de laboratório, de dois tipos de solo. Nessa pesquisa,

o calcário dolomitico foi utilizado como corretivo padrão na correção da acidez do solo para

a comparação com os corretivos alternativos calcário marinho e resíduo de marmoraria. Os

resultados evidenciaram um comportamento similar entre os corretivos na eficiência da

neutralização da acidez do solo, demonstrando potencial para o uso na agricultura.

No Brasil os corretivos de acidez devem atender as normas estabelecidas pelo

Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento

MAPA para que possam ser

comercializado (MONTEIRO e ZVEIBIL, 2001). O MAPA dispõe de uma ampla Legislação,

na forma de Leis, Decretos, Portarias e Instruções Normativas de maneira a controlar,

fiscalizar e definir parâmetros para produção, comercialização, análises, classificação e

registros desses produtos.

Dentre essas legislações a Instrução Normativa n° 28 de 27 de julho de 2007 merece

destaque por ter aprovado os métodos analíticos, que passaram a constituir métodos padrões,

oficiais, para análise de fertilizantes e corretivos de acidez. Em seu anexo intitulado Manual

de Métodos Analíticos Oficiais para Fertilizantes Minerais, Orgânicos, Organominerais e

Corretivos define que para corretivos de acidez as características a serem avaliadas são a

granulometria ou eficiência relativa (ER), o poder de neutralização (PN) e o poder relativo de

neutralização total (PRNT) (BRASIL, 2007). A publicação intitulada Manual de Adubação e

Calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (CQFSRS/SC, 2004)

descreve e explica cada um desses parâmetros, conforme segue:

O efeito do tamanho de partículas na eficiência do corretivo é definido como

Eficiência Relativa (ER). Nesse caso, quanto maior o diâmetro das partículas do corretivo,

tanto maior será o tempo necessário para a reação com os ácidos do solo. Assim, os valores de

reatividade são: 1,0 para partículas com diâmetro menor que 0,30 mm; 0,6 para partículas

entre 0,30 e 0,84 mm; 0,2 para partículas entre 0,84 e 2,00mm; e zero para partículas maiores

que 2,00 mm de diâmetro. Um exemplo hipotético para o cálculo ER para um corretivo pode

ser expresso da seguinte forma:

- 60% passa na peneira n°50 (< 0,30 mm);

- 20% passa na peneira n°20, mas é retido na de n°50 (>0,30 e < 0,84 mm);

- 18% passa na peneira n°10, mas é retido na de n°20 (>0,84 e <2,00 mm);

- 2% é retido na peneira n°10 (>2,00 mm);

Então, ER é a soma das eficiências das quatro frações:

ER = (60% x 1,0) + (20% x 0,60) + (18% x 0,20) + (2% x 0,0) = 75,6%.

A capacidade que um corretivo tem de neutralizar ácidos é a definição de Poder de

Neutralização (PN). É expressa em relação àquela do carbonato de cálcio puro, ao qual é

atribuído o valor de 100%. Assim, a PN dos compostos e corretivos é também chamada de

equivalente em carbonato de cálcio (ECaCO

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). Quanto maior o PN de um composto ou

corretivo, maior é a quantidade de ácidos que ele neutraliza. Em laboratório, a determinação

do PN é feita pela reação de amostra do corretivo com quantidade conhecida de ácido,

titulando-se o excesso de ácido com hidróxido de sódio.

Finalmente, Poder Relativo de Neutralização Total (PRNT) refere-se à eficiência de

um corretivo que, por sua vez, depende de suas características químicas, expressas pelo PN e

de suas características físicas, expressas pela RE. Dessa forma, PRNT (%) = (PN x RE)/100.

Por exemplo, se um corretivo tem PN=91% e RE=75,6%, seu PRNT = 68,8%. Esse valor

indica que uma quantidade de 1.000 kg deste corretivo terá o mesmo efeito de correção da

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