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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO

seguimos a catequização, não reconhecendo esses outros,

esses marginais como capazes. E segue:

Conceituá-los como marginalizados, marginais, su-

põe entender que na sociedade uns coletivos estão

situados em margens opostas, mas possíveis de se-

rem aproximados por meio de pontes ou pinguelas.

Que a margem, o território de cá pode ser ocupado,

conquistado pelos coletivos da outra margem, por

meio de políticas de passagem, do esforço, do êxito

nesse percurso. Nessas conceituações cabem es-

perança, políticas de aproximação e de passagem.

Nessa visão se legitima o pensamento educativo e

a diversidade de pedagogias salvadoras dos margi-

nalizados. (ARROYO, 2014, p. 41).

Com base nessas reflexões sobre a realidade margi-

nal, é importante que ressaltar que ninguém opta por ser

marginal ou estar à margem. Pudera! Na verdade, na maior

parte das vezes, que se entende centro, entende-se como

salvador da margem (às vezes faz de tudo para perpetuar a

margem). Nesse momento devemos ser parcimoniosos ao

refletir e pensar sobre as margens:

Ao analisar mais detalhadamente, constato que o

entendimento que eu possuía em relação ás mar-

gens era de algo descartável e marginal. Estar à

margem é concretamente uma situação do que é

à primeira vista, ou seja, não aparece e nem serve

para muita coisa, mas está presente. As margens

ficam imóveis, poucos percebem; fazem parte das

coisas invisíveis que, de tanto estarem presentes,

não aparecem mais. O serviço da casa que nin-

guém reconhece, quando não é realizado, ninguém

aguenta ficar sem ele! (EGGERT, 2013, p. 144)

Com isso, me conecto com Eggert ao entender os mar-

ginais, ou como está colocado por ela, as margens, como

extremamente importantes e muito mais para a construção

da educação popular, assim como criar projetos que sejam

radicais em transformação da realidade a partir da mesma.

A margem está lá, mesma que não vejamos, ou que não

queiramos vê-la: