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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

tância de sublinhar que esses sujeitos, homens e mulheres,

na maioria das vezes fazem de seu cotidiano e de sua vida,

uma força sobre-humana para conseguir articular por vezes

o estudo com o emprego; o emprego, o trabalho domés-

tico e o estudo; o esforço de estudar e procurar emprego

e viver de bicos ou simplesmente por dificuldades de dis-

tância/deslocamento conseguir estudar (ou como se diz por

aí, “somente estudar”). Em miúdos, no caso Paidéia, a rea-

lidade é bem diversa, porém dentro de uma realidade de

dificuldades socioeconômicas, por mais que em cada sujeito

haja muita força para prosseguir lutando pelos seus objeti-

vos de entrar na universidade e cursar os cursos que assim

lhes compete e agrada.

DESENVOLVIMENTO E CONCEPÇÃO TEÓRICA

Porém existe uma força e uma vontade por vezes, por

parte dos governos, dos sistemas educacionais e também

da universidade, de pensar esses sujeitos como sujeitos que

são menos, processo da desumanização, ou da coisificação,

da marginalização, e aí se aplica ou um “plano de salvação”

destes, de domesticação ou de exclusão. Não sei qual deles

é o pior. Arroyo nos elucida um pouco sobre essas práticas:

Vejamos algumas formas de pensá-los e conformá-

-los às quais reagem como coletivos. Em suas ações

reagem às formas parciais, superficiais de sua clas-

sificação que ocultam os processos mais radicais de

sua inferiorização e segregação, como coletivos hu-

manos. As categorias mais frequentes com que são

vistos, sobretudo no pensamento sociopedagógi-

co, têm sido: marginalizados, excluídos, desiguais,

inconscientes. Formas de pensá-los e classificá-los

que ocultam formas históricas mais abissais e sacri-

ficiais de segregá-los (ARROYO, 2014, p. 40).

Nessa afirmação, Miguel Arroyo acerta no “olho da

mosca”, pois seguimos colonizando e catequizando, falo da

lógica que ainda existe de que temos que “dar” e que eles

têm que “receber”. Nós, que já passamos pela universidade,