Table of Contents Table of Contents
Previous Page  2348 / 2428 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 2348 / 2428 Next Page
Page Background

2348

EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

que mova a indagação, a curiosidade, a busca pelo saber.

Entretanto, é possível perceber que a abertura para proble-

matizar, perguntar e/ou pesquisar sobre a realidade ainda é

algo novo no currículo escolar, porém não é algo impossível

de ser realizado, na medida em que ressalta a formação de

sujeitos voltados para a autonomia e emancipação, sujeitos

que sabem criticar, pensar, resolver problemas, investigar,

propor alternativas entre tantas outras competências neces-

sárias a formação humana.

Behrens (1999) pontua que a docência exige o ato de

pesquisar, de estar disposto a aprender a aprender, de in-

vestigar, de avançar e progredir. Como menciona Paulo Frei-

re em Pedagogia da Autonomia: “Ensinar exige pesquisa”.

Exige pesquisa porque nos põem na busca, na indagação,

na novidade, nos envolve, nos proporciona interesse, enfim

nos move no ensino.

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.

Esses que-fazeres se encontram um no corpo do

outro. Enquanto ensino continuo buscando, repro-

curando. Ensino porque busco, porque indaguei,

porque indago e me indago. Pesquiso para cons-

tatar, constatando, intervenho, intervindo, educo e

me educo. Pesquiso para conhecer e o que ainda

não conheço e comunicar ou anunciar a novidade

(FREIRE, 1996, p. 16).

A pesquisa nos move ao conhecimento, nos propõem

busca, movimento, nos impulsiona na atividade docente.

Neste sentido que reforça-se a ideia de que as perguntas

que movem a curiosidade são “fios condutores” do trabalho

pedagógico, afinal: “A existência humana é, porque se fez

perguntando, à raiz da transformação do mundo. Há uma

radicalidade na existência, que é a radicalidade do ato de

perguntar” (FREIRE; FAUNDEZ, 1985, p. 27).

A curiosidade

é instigada a partir do momento em que não reprimimos a

pergunta, em que abrimos espaço na escola e na universida-

de para este tipo de ação.

O processo educativo deveria ser constituído por esta

dinâmica de indagar-se, de construir projetos e de desen-